Muitos desenvolvimentos tecnológicos incorporados aos processos produtivos agrícolas do Brasil contribuíram para que o país evoluísse da condição de importador de alimentos para a atual posição de 2º exportador global, produzindo seis vezes o montante que consome. Mas nenhuma tecnologia impactou tanto quanto a introdução do Sistema Plantio Direto (SPD) na rotina dos processos produtivos, a partir da década de 1990.
O principal benefício proporcionado pelo SPD ao agronegócio brasileiro foi a redução drástica da erosão da camada superficial do solo; a mais fértil. É nesta camada onde se concentra a matéria orgânica e os nutrientes de uma lavoura. Perdê-la, é retirar do campo de produção a capacidade de produzir. Mas a erosão não prejudica apenas a produção, por privar os cultivos dos nutrientes removidos por ela. Também prejudica o ambiente por assorear rios e reservatórios de hidrelétricas, que têm sua vida útil reduzida, causando prejuízos financeiros à sociedade. Da mesma forma, o tratamento da água potável que abastece as cidades, proveniente de rios carregados de detritos originados da erosão, encarece o preço do líquido servido à população.
Imagine o que seria da barragem de Itaipu e de outras hidrelétricas se o preparo do solo pré-plantio fosse, atualmente, igual ao realizado nos anos 70, quando a cor da água dos rios que abasteciam essas barragens tinha a cor da terra, dada a quantidade de detritos que arrastava! Algumas barragens, situadas no entorno de áreas intensamente cultivadas, estariam assoreadas ou prestes a sê-lo. O plantio direto evitou essa tragédia, além de incrementar a matéria orgânica no solo pela incorporação da palhada das colheitas, melhorando suas propriedades físicas, químicas e biológicas.
A matéria orgânica agregada ao solo pelo SPD funciona como uma esponja na retenção da água das chuvas, reduzindo o efeito de estiagens - quando não muito prolongadas. Os restos culturais deixados na superfície do solo servem de guarda-sol contra a perda de umidade da lavoura e servem de guarda-chuva na redução do impacto das gotas de chuva sobre os agregados do solo. Essa palhada também contribui para a redução da compactação do solo causada pelo trânsito do maquinário agrícola. Por causa da contínua incorporação de matéria orgânica, os solos cultivados no SPD tornam-se mais porosos com os anos de cultivo, razão pela qual compactam menos e absorvem quase integralmente a água das chuvas. Por outro lado, cerca de 50% da água de chuvas intensas que caem sobre solos cultivados no sistema convencional é perdida, causando dupla perda: de solo e de água.
Além dos efeitos benéficos sobre a conservação e as propriedades físicas e biológicas do solo, o SPD foi fundamental no estabelecimento do milho e do algodão safrinha, viabilizando duas colheitas no período primavera – verão, o que proporcionou aumentos na produção agrícola brasileira e valorizou significativamente as terras tropicais do país.
Adote o SPD, uma ferramenta de produção agrícola sustentável, que preserva e melhora a capacidade produtiva da sua lavoura, incrementa a produtividade e, consequentemente, a lucratividade do seu empreendimento.