
Recente estudo realizado pela Wedekin Consultores demonstra por rubrica, o quanto de recursos foi alocado para a agropecuária nacional, no ano de 2024, a título de “Subsídios”.
Rubrica |
R$ milhão |
Equalização de Custos |
590 |
Equalização de Investimentos |
2.751 |
Equalização de PRONAF |
5.169 |
Política de Preços Agrícolas |
184 |
PROAGRO |
5.441 |
Alongamento de Dívidas |
1.200 |
Seguro Rural |
1.072 |
Total |
16.407 |
Na análise dessa decomposição de valores, tem-se radiografia do tamanho das atenções governamentais à agropecuária “vis à vis” para com os demais segmentos da economia nacional. Reiteradas manifestações clamando pela atenção governamental à única atividade brasileira que tem competitividade global, fornecendo alimentos a quase todos os países do mundo, esbarram no que fica demonstrado pelos dados acima. É muito baixa a proteção dada à atividade tão vulnerável a tantos fatores como clima, mercado, lutas geopolíticas, etc...
Apesar disso, a longa série de resultados positivos do agro, permitiu que entre 2010 e 2023 contribuísse com cerca de 1,3 trilhões de dólares à balança comercial brasileira. Se não houvesse tamanha contribuição, a gestão pública ruiria a partir das graves consequências socioeconômicas resultantes, principalmente à fatia da população em situação de vulnerabilidade social.
O Brasil precisa avançar em políticas agrícolas como no exemplo da destinação de irrisórios, R$ 1.072 bilhões em 2024 para Seguro Rural. É uma chaga que se abate sobre quem produz “a céu aberto”, como no Rio Grande do Sul impactado por sucessivas secas e enchentes. A falta desse mecanismo de proteção, com destinação de valores substanciais, levará à expulsão de milhares de pequenos produtores de suas propriedades centenárias, pela absoluta incapacidade de honrarem seus compromissos. É vital a permanência do pequeno na atividade primária, tendo renda e mantendo sua dignidade. Os subsídios aqui alocados ao complexo agropecuário frente aos de outros países são equivalentes ao tostão contra o milhão. O agravamento da situação fiscal do país não deveria trazer mais elementos de insegurança ao setor e, sim determinar a alocação de recursos a ele, em detrimento daqueles ineficientes, sem qualquer viés ideológico ou patrimonialista.
Que, o governo federal se desvencilhe da teoria cepalina quanto a contribuição setorial ao desenvolvimento nacional, porque livre dessas amarras, as decisões beneficiarão a todos brasileiros.