Refúgio: Como a técnica é capaz de preservar a tecnologia Bt

O refúgio é um percentual da área destinada ao plantio de sementes sem a tecnologia Bt. Essa área é necessária para que não haja exposição do inseto-praga à pressão de seleção.

As áreas de refúgio permitem que insetos suscetíveis às proteínas Bt sobrevivam, cruzem com os resistentes e gerem descendentes sensíveis a tecnologia. É essa técnica que garante a preservação da tecnologia Bt, já que atrasa a evolução da resistência dos insetos às proteínas.

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O que acontece se eu não plantar refúgio?

Quando se realiza o plantio de área total com sementes Bt, em um primeiro momento há um excelente controle dos insetos. Apesar disso, ao longo do tempo ocorre a seleção de indivíduos resistentes a proteína. Assim, em poucos anos não será mais possível usufruir dos benefícios da tecnologia.

Como implantar o refúgio?

Deve ser utilizada uma cultivar sem a tecnologia Bt que tenha ciclo e porte semelhantes à cultivar Bt. O plantio deve ser realizado na mesma época, para que as duas cultivares apresentem sincronia no ciclo de desenvolvimento. 

A cada 800m de área Bt, deve-se inserir uma área não Bt, que é a distância de autonomia de voo da maioria das pragas. Isso permite que os insetos da área não Bt possam transitar e cruzar com os insetos da área Bt. Pode ser realizado em faixas, em blocos ou em bordadura.

O percentual de área de refúgio varia entre as culturas, sendo de 10% para o milho e de 20% para soja, algodão e cana-de-açúcar.

Em caso de ataque de pragas que não sejam alvos das plantas Bt, recomenda-se o controle que pode ser pela aplicação de Inseticidas seletivos ou a liberação de inimigos naturais, por exemplo. Bionseticidas a base de Bt não devem ser utilizados na área, para que não haja pressão seletiva a favor de insetos resistentes a tecnologia.

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Franquiéle Bonilha da Silva

Dra. em Ciência do Solo

Consultora Agronômica em PDI

 

Fonte

CARNEIRO, A. A. et al. Milho Bt: Teoria e Prática da Produção de Plantas Transgênicas Resistentes a Insetos-Praga. Circular Técnica 135, Embrapa Milho e Sorgo, 2009.