Por Sebastião Pedro da Silva Neto, Claudete Teixeira Moreira e Sérgio Abud da Silva*
A soja é uma planta sensível ao comprimento do dia, por isso a época de plantio afeta drasticamente sua produtividade. Além disso, com o advento da ferrugem asiática, o plantio mais cedo tem menos problemas no controle dessa e de outras doenças e pragas que afetam a cultura. O planejamento dessa atividade é item fundamental para o sucesso da lavoura. Embora a recomendação sobre o período correto varie conforme cada região do país - sobretudo por causa das chuvas e do clima -, a orientação geral aos produtores é que comecem, desde a entressafra, a programar o plantio da lavoura.
A maioria das lavouras de soja não é plantada na época ideal para alcançar o máximo potencial produtivo da cultura, impactando negativamente a produtividade e a lucratividade da atividade. As causas principais para que os agricultores não consigam plantar na data ideal são o mau dimensionamento das máquinas agrícolas, os atrasos nas chuvas, o desconhecimento da resposta das cultivares à época de plantio e o atraso na aquisição de insumos decorrente de demora na liberação de financiamentos agrícolas pela rede bancária.
A soja é uma planta sensível ao comprimento do dia, por isso a época de plantio afeta drasticamente sua produtividade. Além disso, com o advento da ferrugem asiática, o plantio mais cedo tem menos problemas no controle dessa e de outras doenças e pragas que afetam a cultura. O planejamento dessa atividade é item fundamental para o sucesso da lavoura. Embora a recomendação sobre o período correto varie conforme cada região do país - sobretudo por causa das chuvas e do clima -, a orientação geral aos produtores é que comecem, desde a entressafra, a programar o plantio da lavoura.
A maioria das lavouras de soja não é plantada na época ideal para alcançar o máximo potencial produtivo da cultura, impactando negativamente a produtividade e a lucratividade da atividade. As causas principais para que os agricultores não consigam plantar na data ideal são o mau dimensionamento das máquinas agrícolas, os atrasos nas chuvas, o desconhecimento da resposta das cultivares à época de plantio e o atraso na aquisição de insumos decorrente de demora na liberação de financiamentos agrícolas pela rede bancária.
O advento da ferrugem asiática, no Brasil desde 2002, veio a aumentar a diferença de produção e custo de produção entre as épocas de plantio de soja, tendo em vista que seu controle é oneroso, e as falhas no controle podem representar quedas drásticas na produtividade. Por isso, desde que o clima permita, o produtor deve iniciar o plantio o mais cedo possível.
Os primeiros plantios encontram menos esporos do fungo causador da ferrugem asiática no ambiente e, portanto, ficam menos suscetíveis à pressão do inóculo. É como a lógica do vazio sanitário: quanto menos plantas no campo, menor o risco de a doença multiplicar. O plantio tardio encontra mais esporos no campo, o que torna o controle mais difícil e mais caro. Se houver atraso, não ocorre somente a diminuição do potencial produtivo da soja, mas também o aumento do custo de controle das doenças e insetos pragas.
A época ideal de plantio de soja no Cerrado brasileiro inicia-se com as primeiras chuvas, cuja época varia de região para região. Em alguns locais de Mato Grosso as primeiras chuvas ocorrem na segunda quinzena de setembro e com o final do vazio sanitário, inicia-se o plantio. No sudoeste de Goiás e Mato Grosso do Sul, o início das chuvas ocorre na primeira quinzena de outubro e no Sudeste de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, na segunda quinzena de outubro. No Oeste da Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão as chuvas iniciam-se uma quinzena mais tarde, em novembro. Normalmente, quando o planejamento do produtor é bem feito, o inicio plantio da soja segue essa época.
Em condições normais é recomendável que o produtor espere a chuva alcançar o acumulado de 80-100 mm para que o solo tenha um estoque razoável de água para permitir a germinação das sementes, com menos risco de perda de plantio, no caso das chuvas não estabilizarem. Por isso, é importante que ele acompanhe os serviços de previsão meteorológica e, se possível, contrate um serviço especificamente para a sua região.
O risco de se iniciar o plantio da soja no cedo se dá proporcionalmente ao risco das chuvas pararem e as sementes já plantadas ficarem muito tempo expostas a pragas e doenças, que, em certas condições, podem reduzir o stand e a produtividade da lavoura. Entretanto as tecnologias e ferramentas disponíveis para o tratamento de sementes têm permitido reduzir estes riscos e aproveitar a vantagem do plantio precoce.
As condições de umidade do solo durante e depois do plantio são os fatores principais para a plantabilidade e o estabelecimento do bom stand na lavoura. Se as condições de umidade do solo estão adequadas, o plantio deve ser iniciado. Se o solo estiver demasiadamente seco e compactado, deve-se evitar o início, pois nessas condições a emergência não ocorre de forma adequada e o stand pode ficar muito baixo. Muitas vezes isso gera a necessidade de fazer o replantio.
Os solos compactados tendem a acumular água e aumentam os problemas doenças na fase inicial de desenvolvimento da soja como Pythium spp., Rhizoctonia spp. e Phytophthora spp. A lagarta elasmo normalmente ocorre na ausência continuada de chuvas e destrói as plântulas em inicio de emergência. A redução de stand pode ocorrer devido a estes problemas e o uso de fungicidas e inseticidas no tratamento de sementes pode ser necessário para proteger a semente e garantir o stand adequado. Redução de stand também pode ocorrer devido à formação de crostas sobre a superfície do solo, principalmente depois de chuvas fortes logo após o plantio.
A escolha da cultivar é importante para se fazer o plantio no cedo, pois muitas delas não são adequadas para o plantio no cedo, apresentando problemas de crescimento e, conseqüentemente limitando o potencial produtivo. O planejamento da lavoura inclui elaborar a operação de plantio e definir quanto se pretende plantar, qual a capacidade de plantio, quantos hectares podem ser plantados, para ajustar o parque de máquinas à intenção de plantio, e qual é a capacidade de colheita. Com os insumos já comprados e com as semeadoras reguladas, não deve haver perda de tempo.
(*) Sebastião Pedro da Silva Neto e Claudete Teixeira Moreira, engenheiros agrônomos, são pesquisadores da Embrapa Cerrados. Sérgio Abud da Silva é biólogo da Embrapa Cerrados.