Mancha-foliar-de-Cylindrocladium
Mancha de Cylindrocladium (Cylindrocladium spp.) Culturas Afetadas: Eucalipto, Pinhão
Agentes causais: Cylindrocladium candelabrum, C. ilicicola, C. parasiticum, C. pteridis e C. quinqueseptatum.
Telomorfo: Calonectria pyrochroa
A ocorrência de manchas foliares em viveiros de mudas e em plantações de eucalipto á bastante comum. No entanto, dificilmente causa prejuízos sérios. A mancha-foliar-de-Cylindrocladium é uma doença característica de plantios, mas pode ser encontrada em viveiros. Tem sido observada desde 1973 em diferentes regiões do Brasil, desde a Amazônia até os estados do Sul. Esta doença foi constatada em mais de 15 espécies de eucalipto, sendo
E. urophylla, E. citriodora, E. cloeziana e E. grandis (algumas procedências) as mais suscetíveis. Danos mais sérios têm ocorrido nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Região Amazônica, geralmente em épocas chuvosas, quando ocorre desfolha intensa das plantas atacadas. No entanto, a morte de plantas devida à doença não tem sido observada. Mesmo intensamente atacadas, as plantas recuperam-se com a emissão de novas folhas nos meses que se sucedem ao ataque. A colonização e desfolha reduzem a área fotossintética e o crescimento das plantas. Em condições ótimas de temperatura e umidade, espécies de Cylindrocladium podem causar murcha, seca e morte de brotações de eucaliptos, especialmente de E. grandis.
Sintomas - Manchas associadas a Cylindrocladium spp. têm forma, tamanho e coloração variáveis, dependendo da espécie de Eucalyptus e de Cylindrocladium e das condições ambientes. Desfolha intensa pode ocorrer, afetando grande proporção da copa das árvores. Os brotos não são atingidos, o que permite a recuperação das plantas quando as condições ambientes voltam a ser desfavoráveis à doença. Ramos também podem ser atacados pelo patógeno, onde aparecem lesões necróticas escuras, recobertas, com frequência, por um crescimento esbranquiçado, constituído por conidióforos e conídios do patógeno. Nas folhas, as frutificações são encontradas com maior frequência na sua face inferior.
Etiologia - Esta doença é causada por fungos do complexo Cylindrocladium. Em viveiros, duas espécies foram constatadas em associação com a doença: C. candelabrum e C. ilicicola. A espécie C. scoparium tem sido comumente relatada no Brasil em associação com manchas foliares. Recentemente, no entanto, estudos taxonômicos indicaram que esta espécie deve ser tratada como C. candelabrum, já descrita anteriormente no Brasil. Conídios de C. candelabrum são cilíndricos, hialinos e unisseptados, medindo 29-39 x 3-5 μm. A forma das vesículas, estruturas ligadas aos conidióforos através de uma estipe, é outra característica utilizada para diferenciação de espécies de Cylindrocladium. Vesículas de C. candelabrum são geralmente elípticas ou ovais. C. ilicicola apresenta também conídios cilíndricos, hialinos, mas com 1 a 3 septos, predominando os com 3 septos, e medindo 47-77 x 5,0-7,5 μm em BDA. As vesículas são semelhantes às de C. candelabrum. O fungo desenvolve a fase perfeita cm meio de cultura e nas plantas afetadas. Esta caracteriza-se pela produção de peritécios de coloração laranja a vermelho, ascos clavados e ascósporos com 1 a 3 septos.
Em plantações, as espécies constatadas foram C. candelabrum, C. ilicicola, C. parasiticum, C. pteridis e C. quinqueseptatum. C. parasiticum, que também causa manchas em folhas de mogno (Swietenia macrophylla) na Região Amazônica, apresenta conídios cilíndricos, hialinos, com 1 a 3 septos, predominando os com 3 septos, medindo e 47-76 x 4,5-5,9 μm em BDA. Suas vesículas são globosas a subglobosas. Esta espécie produz fase peritecial em meio de cultura ou nos tecidos do hospedeiro, a qual foi identificada como Calonectria ilicicola Boedjin & Reitsma. Os peritécios são de coloração laranja a vermelho, os ascos clavados e os ascósporos uni a triseptados, com predominância dos uniseptados, medindo 27-55 x 4,0-7,7 μm. C. pteridis apresenta conídios cilíndricos, hialinos, uniseptados, medindo 45-101 μm e é caracterizado por uma vesícula clavada. C. quinqueseptatum, que ataca também fruta-do-conde (Annona squamosa), pinha (A. reticulata) e cravo da Índia (Syzigium aromaticum), diferencia-se das outras espécies pelas dimensões e número de septos de seus conídios. Estes medem 75-106 x 5-7 μm, com 1 a 7 septos, sendo a maioria com 5-6 septos. Esta espécie produz também a fase perfeita, tanto nas plantas afetadas como em meio de cultura (Calonectria quinqueseptata), que forma peritécios ovóides e elipsóides, alaranjados e castanho-avermelhados. Seus ascos são clavados, os quais contêm 8 ascósporos irregularmente dispostos. Estes são hialinos, curvos, com 1 a 6 septos, medindo 30-80 x 4-7 μm.
Controle - O controle das manchas foliares causadas por Cylindrocladium sp. normalmente não é exigido no viveiro, quando as mudas são mantidas sob condições de bom arejamento, evitando-se o adensamento das mesmas. Pulverizações preventivas em viveiros de maior risco ou curativas em caso de ocorrência epidêmica da doença poderão ser efetuadas, empregando-se fungicidas cúpricos ou ditiocarbamatos.
Em campo, verifica-se boa recuperação das árvores atacadas, mesmo após passarem por períodos de até 6 meses com relativo grau de desfolhamento, não sendo necessárias medidas de controle químico. A melhor alternativa para controle desta doença em plantações seria a exploração da variabilidade genética, empregando-se espécies/procedências mais resistentes. Dentre as espécies mais plantadas atualmente, E. cloeziana, E. citriodora, E. urophylla e E. grandis são as mais suscetíveis, enquanto que E. saligna, E. maculata, E. torelliana e E. microcorys têm se revelado as mais resistentes.
Telomorfo: Calonectria pyrochroa
A ocorrência de manchas foliares em viveiros de mudas e em plantações de eucalipto á bastante comum. No entanto, dificilmente causa prejuízos sérios. A mancha-foliar-de-Cylindrocladium é uma doença característica de plantios, mas pode ser encontrada em viveiros. Tem sido observada desde 1973 em diferentes regiões do Brasil, desde a Amazônia até os estados do Sul. Esta doença foi constatada em mais de 15 espécies de eucalipto, sendo
Sintomas - Manchas associadas a Cylindrocladium spp. têm forma, tamanho e coloração variáveis, dependendo da espécie de Eucalyptus e de Cylindrocladium e das condições ambientes. Desfolha intensa pode ocorrer, afetando grande proporção da copa das árvores. Os brotos não são atingidos, o que permite a recuperação das plantas quando as condições ambientes voltam a ser desfavoráveis à doença. Ramos também podem ser atacados pelo patógeno, onde aparecem lesões necróticas escuras, recobertas, com frequência, por um crescimento esbranquiçado, constituído por conidióforos e conídios do patógeno. Nas folhas, as frutificações são encontradas com maior frequência na sua face inferior.
Etiologia - Esta doença é causada por fungos do complexo Cylindrocladium. Em viveiros, duas espécies foram constatadas em associação com a doença: C. candelabrum e C. ilicicola. A espécie C. scoparium tem sido comumente relatada no Brasil em associação com manchas foliares. Recentemente, no entanto, estudos taxonômicos indicaram que esta espécie deve ser tratada como C. candelabrum, já descrita anteriormente no Brasil. Conídios de C. candelabrum são cilíndricos, hialinos e unisseptados, medindo 29-39 x 3-5 μm. A forma das vesículas, estruturas ligadas aos conidióforos através de uma estipe, é outra característica utilizada para diferenciação de espécies de Cylindrocladium. Vesículas de C. candelabrum são geralmente elípticas ou ovais. C. ilicicola apresenta também conídios cilíndricos, hialinos, mas com 1 a 3 septos, predominando os com 3 septos, e medindo 47-77 x 5,0-7,5 μm em BDA. As vesículas são semelhantes às de C. candelabrum. O fungo desenvolve a fase perfeita cm meio de cultura e nas plantas afetadas. Esta caracteriza-se pela produção de peritécios de coloração laranja a vermelho, ascos clavados e ascósporos com 1 a 3 septos.
Em plantações, as espécies constatadas foram C. candelabrum, C. ilicicola, C. parasiticum, C. pteridis e C. quinqueseptatum. C. parasiticum, que também causa manchas em folhas de mogno (Swietenia macrophylla) na Região Amazônica, apresenta conídios cilíndricos, hialinos, com 1 a 3 septos, predominando os com 3 septos, medindo e 47-76 x 4,5-5,9 μm em BDA. Suas vesículas são globosas a subglobosas. Esta espécie produz fase peritecial em meio de cultura ou nos tecidos do hospedeiro, a qual foi identificada como Calonectria ilicicola Boedjin & Reitsma. Os peritécios são de coloração laranja a vermelho, os ascos clavados e os ascósporos uni a triseptados, com predominância dos uniseptados, medindo 27-55 x 4,0-7,7 μm. C. pteridis apresenta conídios cilíndricos, hialinos, uniseptados, medindo 45-101 μm e é caracterizado por uma vesícula clavada. C. quinqueseptatum, que ataca também fruta-do-conde (Annona squamosa), pinha (A. reticulata) e cravo da Índia (Syzigium aromaticum), diferencia-se das outras espécies pelas dimensões e número de septos de seus conídios. Estes medem 75-106 x 5-7 μm, com 1 a 7 septos, sendo a maioria com 5-6 septos. Esta espécie produz também a fase perfeita, tanto nas plantas afetadas como em meio de cultura (Calonectria quinqueseptata), que forma peritécios ovóides e elipsóides, alaranjados e castanho-avermelhados. Seus ascos são clavados, os quais contêm 8 ascósporos irregularmente dispostos. Estes são hialinos, curvos, com 1 a 6 septos, medindo 30-80 x 4-7 μm.
Controle - O controle das manchas foliares causadas por Cylindrocladium sp. normalmente não é exigido no viveiro, quando as mudas são mantidas sob condições de bom arejamento, evitando-se o adensamento das mesmas. Pulverizações preventivas em viveiros de maior risco ou curativas em caso de ocorrência epidêmica da doença poderão ser efetuadas, empregando-se fungicidas cúpricos ou ditiocarbamatos.
Em campo, verifica-se boa recuperação das árvores atacadas, mesmo após passarem por períodos de até 6 meses com relativo grau de desfolhamento, não sendo necessárias medidas de controle químico. A melhor alternativa para controle desta doença em plantações seria a exploração da variabilidade genética, empregando-se espécies/procedências mais resistentes. Dentre as espécies mais plantadas atualmente, E. cloeziana, E. citriodora, E. urophylla e E. grandis são as mais suscetíveis, enquanto que E. saligna, E. maculata, E. torelliana e E. microcorys têm se revelado as mais resistentes.