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Vai comprar pela internet? Redobre sua atenção!



Cláudio Boriola

A internet ainda engatinhava, mas desde 1999 funciona assim: você entra em um site, escolhe o produto de que você precisa, fornece o número do seu cartão de crédito e espera. Em alguns dias, a compra chega na sua casa. Esse é o maravilhoso mundo das compras pela internet.

 

Neste ano, o penúltimo do século passado, as maiores lojas virtuais do país montaram os seus sites. Antes de 1999 era tudo muito simples e nada seguro. As vendas pela internet eram feitas por e-mail e todos dependiam da boa vontade e do bom senso de todos, tanto compradores quanto vendedores. Havia o risco de se pagar por um produto que nunca vai receber ou de utilização do número do seu cartão de crédito por terceiros. Não que esses riscos não existam hoje, mas programadores e webmasters mais antenados às novidades desenvolveram sites que usam toda a tecnologia disponível para garantir a segurança das partes envolvidas.

 

Mesmo com toda essa tecnologia, uma pesquisa realizada no final de 2005 pelo Comitê Gestor da Internet mostrou que somente 20% dos internautas (cerca de 4,8 milhões de pessoas) já realizaram alguma compra online. Entre os motivos de um usuário da internet não comprar pela rede, estão o medo de ter informações pessoais expostas e também a questão de não poder avaliar o produto pessoalmente. O detalhe é que 59% das empresas que vendem pela internet tem um site próprio. Ou seja, boa parte das lojas virtual ainda se utiliza das vendas por e-mail, menos seguras.

 

Hoje em dia é possível comprar até um imóvel pela internet. Obviamente, a concretização de um negócio desse porte ainda é feito da forma tradicional, pessoalmente e com a assinatura de uma série de documentos. Mas já é possível, via internet, conhecer o interior do imóvel que se pretende comprar e conversar num chat com um corretor de plantão. São cerca de 40 mil acessos diários aos portais imobiliários. Segundo estatísticas da construtora Tecnisa, cerca de 20% das vendas são originadas na internet, meio que resulta em economia para as empresas: enquanto se gasta algo em torno de R$ 1 mil para se levar um cliente até o stand de vendas, cerca de R$ 1,00 é gasto para o mesmo cliente chegar até o site.

 

O aumento e a importância das vendas online são sentidas em datas especiais para o comércio. No Natal de 2005 houve um acréscimo de 61% em relação ao Natal de 2004, movimentando em pouco mais de um mês, R$ 458 milhões. Já em relação ao ano inteiro, houve uma aumento de 32% nas vendas de 2005 para o ano anterior, movimentando quase R$ 10 bilhões, mas representando somente 3,43% das vendas no país.

 

Em maio, o portal UOL deve lançar uma grande loja virtual de música online. Assinantes do serviço terão acesso a um catálogo musical, onde poderão selecionar suas músicas preferidas e carrega-las para seu computador. Resta saber se o consumidor brasileiro já está preparado para realizar compras desse tipo. Se em compras de produtos convencionais já há o receio, o que acontecerá com as vendas de um produto que não se vê nem se pega, somente se ouve?

 

Independente do tipo de produto é necessário uma série de cuidados ao se concretizar uma transação pela internet. Numa compra online, você tem até sete dias para devolver um produto que não o tenha agradado, com direito à restituição de todo o valor pago. Procure imprimir ou salvar no computador as imagens do produto e todos os passos da venda para tirar as dúvidas no caso de qualquer informação incorreta. Além de e-mail, a loja deve apresentar formas físicas de contato, como endereço e telefone para informações.

 

Na internet, também vale a lei do “barato sai caro”. Desconfie de preços muito baratos e de condições de pagamento muito maleáveis. Em sites de leilão, onde o vendedor é uma pessoa física, assim como você, a atenção precisa ser redobrada. Na maioria das vezes, o produto é enviado pelos Correios e o pagamento é feito antecipadamente, por depósito bancário. A saída não é muito barata, mas os Correios oferecem uma opção chamada Sedex a Cobrar. Você só paga quando receber o produto, na agência de correio mais próxima da sua casa.   

 

Quem usa o computador e o telefone para fazer transações bancárias tem de adotar medidas de proteção especificas, exatamente como quem preenche um cheque ou anda com dinheiro no bolso. É possível diminuir os riscos seguindo algumas regrinhas básicas. Não forneça dados pessoais ou senhas e muito menos siga as instruções mediante pedidos por telefone ou e-mail, mesmo que o interlocutor diga ser de uma empresa conhecida no mercado.

 

Atualmente algumas administradoras têm oferecido um serviço diferenciado que visa informar seus usuários através do celular qualquer movimento que venha ser efetuado com o Cartão de Crédito, confira com a sua administradora para ativar o envio de qualquer informação, assim você estará bem informado, e não se esqueça de manter atualizado o sistema operacional de seu computador, utilize antivírus e firewall originais. O Sistema operacional contribuirá e muito para evitar que algum invasor pegue seus dados em seu computador, apague imediatamente e-mails indesejáveis e de procedência desconhecida, alguns e-mails que contém arquivos anexo não abra, elimine-os imediatamente e nunca informe sua vida financeira na internet.

 

Enfim, em toda compra é necessário ser cauteloso, mas não esqueça de elaborar o planejamento financeiro, verificar a real necessidade de estar comprando, controle a ansiedade entre outros cuidados importantes, mas quando se trata de internet, o bom mesmo é redobrar a atenção.

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