O azevém (Lolium multiflorum) é planta rústica com desenvolvimento no inverno e excelente para pastagem e para cobertura de solo em sistemas de produção de grãos. Apresenta sistema radicular fasciculado e abundante.
O manejo inadequado de azevém pode resultar em prejuízos no rendimento de cereais de inverno e de milho.
Nas culturas de trigo e de cevada, o azevém é considerado planta daninha. O manejo adequado inicia com o planejamento de controle do azevém, no ano anterior, com antecipação da dessecação no final do inverno, antes da formação de sementes ou com o uso de herbicidas eficientes na cultura do milho. Nas áreas com manejo adequado de azevém no ano anterior, o trigo, a cevada ou a aveia desenvolve-se sem a concorrência da planta daninha.
O trigo semeado cedo (região Noroeste do RS) permite o desenvolvimento da cultura e a colheita antes da formação de sementes de azevém. Além disso os sistemas de classificação e de limpeza permitem a retirada das sementes de azevém nos armazéns.
A dessecação mais eficiente do azevém ocorre com a prática de aplicação seqüencial de glifosato para garantir a morte das plantas menores ou das que se encontram sob a proteção (guarda chuva) de outras plantas como o nabo forrageiro.
O azevém caracteriza-se pela ocorrência de plantas em diferentes estádios de crescimento resultando em dificuldades de controle. Nas áreas de azevém semeado ou espontâneo, em geral, a aplicação seqüencial de herbicidas apresenta resultados melhores na dessecação. As doses mais indicadas são de 1,00 a 1,25 l/ha seguido de 1,00 l/ha duas semanas após a primeira aplicação.
Na fase de floração das plantas de azevém, o glifosato aplicado na dose de 1,5 l/ha é eficaz na dessecação.
O azevém sobre pastejo apresenta características diferentes. Após a retirada do gado ocorre intenso afilhamento e crescimento vegetativo e as plantas apresentam tamanho mais uniforme. Nesse caso a aplicação de 1,5 l/ha de glifosato adicionado de 0,5 % de óleo ou de espalhante é eficiente na dessecação.
Para as culturas de trigo e de outros cereais de inverno o herbicida Illoxan (diclofop) 1,5 l/ha é eficaz na fase de plântula do azevém. É mais eficiente aplicado sobre azevém e aveia com 2 a 4 folhas. O problema está na germinação desuniforme de azevém, durante longos períodos. Isso pode exigir mais de uma aplicação para controle efetivo do azevém. O trigo tolera o herbicida até a fase de afilhamento.
O herbicida Herbadox (pendametalim) pode ser aplicado na dose de 2,0 l/ha em solos argilosos e 1,5 l/ha em solos leves, para controle de azevém na cultura de trigo. A aplicação pode ser em mistura com glifosato na dessecação, 10 a 15 dias antes da semeadura. Nesse caso o revolvimento de solo pode resultar na germinação de azevém no sulco de semeadura.
O Herbadox também pode ser aplicado depois da semeadura com o cuidado de garantir a colocação da semente a mais de 4 cm de profundidade e de fechar o sulco de semeadura, para evitar efeitos sobre o trigo ou a aveia semeada.*
* Elaborado com base em informações do eng.-agr. M. Bianchi, eng.-agr. E. Roman e experiência prática de lavoura.