
Concurso Conab 2025: Analistas de Engenharia de Alimentos e o Desafio da Valorização Profissional
Recentemente, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou um edital com 403 vagas, despertando o interesse de diversos profissionais, especialmente engenheiros de alimentos. Um ponto crucial deste edital, porém, precisa ser discutido: a comparação entre o salário oferecido pela Conab e o piso salarial definido pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA).
Comparação com o Piso Salarial
De acordo com a Lei nº 4.950-A/1966, o piso salarial dos engenheiros equivale a seis salários mínimos para uma jornada de oito horas diárias. Considerando o salário mínimo atual de R$ 1.518,00 para 2025, o piso salarial deveria ser R$ 9.108,00. No entanto, o concurso da Conab oferece um salário de R$ 8.140,88 para a vaga de Analista, ficando abaixo do estabelecido legalmente.
Essa situação gera uma reflexão importante: embora a remuneração seja próxima ao piso, será que a falta de alinhamento total com a legislação não desvaloriza a profissão? E, ainda, é realmente relevante o título do cargo frente ao salário efetivamente recebido?
Detalhes sobre o Concurso
O concurso da Conab oferece oportunidades atrativas, com benefícios como auxílio-alimentação de R$ 1.000,00 além da remuneração básica. Contudo, a nomenclatura do cargo oferecido é "Analista", mesmo exigindo a formação em engenharia de alimentos para determinadas vagas. Isso gera questionamentos sobre o reconhecimento real da qualificação técnica exigida para o cargo.
Para mais inforamções acesso site diretamente com o edital.
https://consulpam.selecao.net.br/informacoes/46/
O Cargo e as Atribuições
As atribuições para Analistas com formação em engenharia de alimentos incluem gestão da qualidade de estoques reguladores e o planejamento técnico de alimentos armazenados. São funções técnicas importantes e estratégicas, diretamente ligadas à segurança alimentar do país.
Uma Prática Recorrente
Infelizmente, é comum tanto no setor privado quanto no público a contratação de engenheiros sob o título genérico de "analista", prática frequentemente usada para não se comprometer com o pagamento integral do piso salarial profissional. O que chama atenção é que até mesmo o setor público, que deveria dar o exemplo em termos de valorização profissional, adota tais práticas.
O que Fazer Diante Dessa Realidade?
A mudança dessa realidade exige uma mobilização não só institucional, mas também dos próprios profissionais da engenharia de alimentos. Embora órgãos como o CREA possam e devam fiscalizar essas práticas, o engajamento e conscientização coletiva são essenciais para pressionar por uma remuneração justa e adequada.
Além disso, incentivar discussões públicas e esclarecimentos sobre essa questão é fundamental. Profissionais precisam se posicionar claramente, exigindo que as atribuições sejam valorizadas e remuneradas corretamente.
Conclusão
O concurso da Conab, apesar de oferecer um salário próximo ao piso, ainda não alcança a valorização plena dos engenheiros de alimentos. É necessário que os profissionais e entidades representativas estejam atentos para garantir que tais práticas sejam corrigidas.
Como profissionais conscientes, devemos questionar: Até que ponto aceitar essas condições impacta nossa valorização profissional a longo prazo?
Augusto Ichisato - FoodBrasil | O Seu Engenheiro de Alimentos
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