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Economia: o que ainda esperar de 2024?



Vinícius André de Oliveira

A economia brasileira está, mais uma vez, enfrentando um cenário desafiador, marcado por uma série de fatores que influenciam seu desempenho. Investimentos, política econômica, contas públicas, cenário internacional, inflação e outros fatores devem impactar fortemente nesse ano. 

 

Para entender melhor esse panorama, podemos analisar alguns dados históricos relevantes dos últimos anos.

Na última década o Brasil passou por períodos de baixo crescimento econômico, com taxas variando entre 0% e 4%. Fatores como instabilidade política, falta de investimentos em infraestrutura e incertezas econômicas contribuíram para esse desempenho abaixo do esperado.

A inflação tem sido uma preocupação recorrente, com taxas variando entre 3% e 10% nos últimos anos. O Banco Central tem utilizado políticas monetárias, como o controle da taxa básica de juros (Selic), para controlar a inflação e manter a estabilidade econômica.

O mercado de trabalho brasileiro enfrentou desafios significativos, com taxas de desemprego oscilando entre 8% e 14% nos últimos anos. A falta de crescimento econômico sustentável e a automação de processos contribuíram para essa situação.

A dívida pública brasileira atingiu níveis preocupantes, com o país registrando déficit fiscal em 2023 e com projeção de piora para os próximos anos. A falta de controle dos gastos públicos e a necessidade de reformas estruturais têm sido questões-chave nesse contexto.

A balança comercial brasileira tem sido impactada por diversos fatores, incluindo a demanda global por commodities, os preços das matérias-primas e as políticas comerciais de parceiros comerciais importantes. O país tem registrado déficits e superávits comerciais ao longo dos anos, refletindo a dinâmica do comércio internacional. Os investimentos em infraestrutura têm sido insuficientes para atender às necessidades do país, prejudicando a competitividade e o desenvolvimento econômico. A falta de planejamento e a burocracia têm sido obstáculos para a realização de projetos de grande porte.

Em resumo, o panorama da economia brasileira em 2024 reflete os desafios e as oportunidades que o país enfrentou nos últimos anos. 

 

“Para promover um crescimento econômico sustentável e enfrentar os desafios atuais, é fundamental adotar políticas e reformas que estimulem o investimento, a produtividade e a inclusão social.”

 

O agronegócio

 

O impacto da economia internacional no agronegócio brasileiro em 2024 certamente é o fator mais significativo, já que o Brasil é um dos principais players globais nesse setor. Vários fatores da economia internacional influenciam diretamente a produção, exportação e os preços dos produtos agrícolas brasileiros.

As exportações de commodities agrícolas, como soja, milho, carne bovina e açúcar, representam uma parte significativa do agronegócio brasileiro. Em 2023, por exemplo, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram cerca de US$ 120 bilhões, representando aproximadamente 40% do total das exportações do país.

Em suma, a economia internacional desempenha um papel crucial no agronegócio brasileiro em 2024, afetando tanto a demanda quanto a oferta de produtos agrícolas, bem como os preços e a competitividade no mercado global. Os produtores brasileiros precisam estar atentos a esses fatores externos e adaptar suas estratégias de acordo com as mudanças no cenário internacional.

 

A questão tributária

 

A carga tributária brasileira é um tema de grande relevância e complexidade, refletindo o impacto dos impostos na economia do país. A carga tributária brasileira é frequentemente medida como uma porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), representando a proporção da atividade econômica total que é direcionada para o pagamento de impostos. Nos últimos anos, a carga tributária brasileira tem oscilado em torno de 30% a 35% do PIB.

Em comparação com outros países, a carga tributária brasileira é considerada relativamente alta. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a carga tributária média nos países membros da organização é de cerca de 34% do PIB, enquanto no Brasil esse número está em torno de 33%. A carga tributária brasileira é composta por uma variedade de impostos, taxas e contribuições, que incidem sobre diferentes setores da economia e diferentes segmentos da população. Os principais tributos incluem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto de Renda (IR), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Pode afetar a competitividade das empresas brasileiras, reduzindo sua capacidade de investimento, inovação e expansão. Além disso, a complexidade do sistema tributário brasileiro e a burocracia associada podem representar um ônus adicional para as empresas, especialmente as de menor porte. A necessidade de reforma tributária sempre foi discutida no Brasil como uma forma de simplificar o sistema tributário, reduzir a carga fiscal sobre empresas e indivíduos, e aumentar a eficiência e a transparência na arrecadação de impostos. No entanto, a implementação de reformas significativas tem sido desafiadora devido a questões políticas e divergências de interesses entre os diferentes setores da sociedade.

A reforma aprovada recentemente pode inclusive elevar a alíquota para, talvez, a mais alta do mundo. 

Esses dados destacam a importância da carga tributária brasileira como um elemento-chave da política econômica do país, influenciando a competitividade das empresas, a distribuição de renda e o crescimento econômico.

Mesmo diante de tantos desafios os últimos dados sobre as perspectivas para os próximos meses são positivos. Inflação sem grandes oscilações mantendo-se próxima de 3,64% ao ano, expectativa de PIB positivo com variação perto de 1,5% para o ano, câmbio se mantendo estável perto de R$5,00 na comparação do real frente ao dólar e a taxa de juros continuando sua trajetória de queda, mesmo que menos acentuada. Acabou de passar de 10,75%a.a para 10,50%a.a e com expectativa de fechar o ano em 9,5%a.a.. Isso estimula a atividade econômica e acaba refletindo de forma positiva em vários indicadores.

Por enquanto, é o que temos.

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