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Securitização das Dívidas da Agricultura do RS



Rui Alberto Wolfart

Entre os anos de 1986 e 1994, o Brasil estava desgovernado, passava por grave crise fiscal e inflação elevada que afetava todos os brasileiros. Nesse período houveram sucessivos e malfadados Planos Econômicos, culminando com o Plano Real em 1994, que teve o condão de domar a inflação, mas com fragilização extrema dos produtores rurais. No estado de Mato Grosso sua agricultura foi praticamente inviabilizada. Reinava o desalento e as perspectivas eram sombrias. Seu grande líder político à época, Jonas Pinheiro dizia “o homem do campo é simples e simples precisam ser as soluções para os seus problemas”. Nesse período ocorreu o feliz encontro de políticos com grande credibilidade nacional, capitaneados por Luís Carlos Heinze (RS), Moacir Micheletto (PR) e Jonas Pinheiro (MT), que trabalharam arduamente para encontrar solução ao endividamento rural, sendo constituída a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI do Endividamento Rural, que resultou em 1998, no Programa Especial de Saneamento de Ativos – PESA. “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, é um ditado popular para lembrar, que “renda” é uma palavra distante do cotidiano dos agricultores, bem demonstrado em artigo de Luís A. V. Catão, economista do Fundo Monetário Internacional - FMI publicado em 07/11/2011, em Valor Econômico. Sem renda e com frustações de safras como sobreviverão os agricultores gaúchos e o seu entorno socioeconômico?

Desde o ano de 2020 o estado do Rio Grande do Sul foi assolado por secas sucessivas e enchente, que segundo dados da FARSUL, deixou de produzir cerca de 50 milhões de toneladas de grãos, com severos impactos em sua economia. Na ausência de seguro renda através dos financiamentos bancários, seus agricultores se veem na condição em que se encontravam os matogrossenses nos anos de 1990. Os agricultores perdidos, sem rumo, sem condição de honrar dívidas bancárias e comerciais vão perdendo o bonde da evolução tecnológica e o estado do Rio Grande do Sul, como um todo, vai se apequenando ante os desafios da modernização acelerada pela qual o mundo passa. Da iniciativa de buscar securitização do endividamento da agricultura gaúcha, recém lançada na Expo-Cotrijal, toda a bancada da Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA precisa somar forças para obtê-la junto ao Congresso Nacional e Governo Federal. Tal proposta em defesa dos interesses do setor primário do Rio Grande do Sul não poderia estar em melhores mãos, tendo à frente o combativo parlamentar gaúcho Senador Luís Carlos Heinze, que tantos serviços prestou à agricultura nacional, como no caso da securitização de 1998, que permitiu ao estado de Mato Grosso voltar aos trilhos do desenvolvimento.

Se a securitização dos anos 1990 foi vitoriosa, hoje com o aprendizado da época, uma operação desse quilate à agricultura gaúcha é de fácil implementação, sabendo-se em síntese, que todos os atores envolvidos ganharão. Que venha a securitização de dívidas da agricultura riograndense!

P.s. O autor não faz uso da IA.

 

 

 

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