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O Engenheiro Agrônomo e o agronegócio



Amélio Dall’Agnol

É inquestionável o sucesso que o agronegócio brasileiro experimentou no correr das últimas décadas, o que nos leva a perguntar quais foram as causas para tanto êxito! Foram muitas, certamente, dentre as quais tomamos a liberdade de destacar apenas aquelas relacionadas com os profissionais vinculados às ciências da terra, no entendimento de que eles foram parte desse desenvolvimento, seja atuando como agentes de transferência de tecnologia no campo, orientando os produtores sobre o melhor uso das propriedades da terra, seja atuando como pesquisadores no desenvolvendo novas tecnologias para posterior utilização pelo produtores ou, ainda, exercendo a profissão como professores nas Universidades, formando os profissionais do amanhã, quem continuará a contribuir para o avanço do agro brasileiro para patamares ainda mais elevados. 

O status pop conferido recentemente ao agronegócio brasileiro despertou curiosidade e interesse em muitos jovens pelas ciências da terra, haja vista a profusão de escolas de agronomia que brotaram país afora, uma clara indicação da escolha que muitos jovens fizeram pela Agronomia. Não posso deixar de salientar que, quando da minha graduação em 1968, em Pelotas, RS, só havia quatro cursos de agronomia em todo a Região Sul do Brasil: um no Paraná-PR, nenhum em Santa Catarina-SC e três no Rio Grande do Sul-RS. Hoje temos cinco cursos de Agronomia, somente na cidade de Londrina. No PR são 32, em SC 11, no RS 24 e no Brasil são cerca de 300, disponibilizando ao mercado milhares de novos profissionais anualmente.

Essa busca de muitos jovens pela formação em ciências agrárias tem uma razão principal: a perspectiva de sucesso profissional que eles vislumbram nessa área, dado o protagonismo que o agronegócio assumiu no contexto da economia brasileira ao longo das últimas décadas. Se bem estamos apenas em 4º lugar na produção global de alimentos (China, EUA, Índia e Brasil - pela ordem), somos o 2º maior exportador e a curto caminho da liderança global, segundo estudos da ONU/FAO. Mesmo produzindo menos do que a China e a Índia, o Brasil exporta mais porque sua população é muito menor, resultando em grandes excedentes exportáveis.

São cerca de 180.000 os Engºs Agrônomos atualmente incorporados ao mercado de trabalho brasileiro. São profissionais melhor preparados que os do passado, dada a disponibilização de novas tecnologias de produção, não disponíveis aos profissionais mais antigos. Dos futuros profissionais espera-se muito mais, principalmente o domínio das tecnologias vinculadas à engenharia genética, à automação agrícola e à agricultura de precisão. Estamos a caminho da era digital.

Num passado nem tão distante, a sobrevivência de um produtor rural dependia dos recursos naturais que possuía, representados, principalmente, pelo tamanho da propriedade e pela qualidade da terra. Hoje ele precisa, além de recursos naturais abundantes, ser eficiente no manejo dos processos produtivos, conquista possível via utilização eficiente das modernas técnicas de produção e de gestão.

Assim como o cidadão precisa do médico para cuidar do corpo, o agricultor precisa do agrônomo para ajudá-lo a cuidar da lavoura e ser competitivo, pois lucra mais quem consegue produzir mais com menos, além de conseguir o melhor preço na compra dos insumos de produção e comercialização da safra. 
 

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