As atividades econômicas em qualquer país são, tradicionalmente, divididas em setor primário, setor secundário e setor terciário. Essa classificação leva em conta o que se produz (seja um bem ou um serviço) e a intensidade que utiliza os fatores de produção.
O setor primário engloba as atividades produtoras de bens in natura ou pouco processados e que utilizam em grande quantidade os fatores terra e trabalho. O setor secundário refere-se às atividades que reprocessam ou combinam os produtos primários da economia, elaborando novos produtos. Por fim, o setor terciário refere-se ao conjunto de atividades que prestam serviços.
Com o passar do tempo essas classificações sofreram ao menos duas consideráveis modificações. A primeira, foi a transferência da produção de minerais do setor primário para o setor secundário, considerando que a produção de minerais é, atualmente, uma indústria, com grande uso do fator capital. A segunda, foi o reconhecimento de que atividades antes classificadas como pertencentes aos setores primário, secundário ou terciário mantêm fortes relações de dependência entre elas, as quais permitem um novo reagrupamento de atividades. Fruto desse novo reagrupamento tem-se o conceito de agronegócio.
Os termos Agricultura e Agropecuária se referem ao setor produtivo baseado na atividade rural, que tem na terra um fator de produção essencial e são utilizadas, tradicionalmente, como sinônimos. Contudo, temos definições diferentes para esses termos. Define-se agricultura como sendo “1. Arte de cultivar os campos; cultivo da terra; lavoura; cultura. 2. Conjunto de operações que transformam o solo natural para produção de vegetais úteis ao homem...”. (AURÉLIO, 2019)
Agropecuária é definida como sendo “Teoria e prática da agricultura e da pecuária, nas suas relações mútuas” (Ferreira et al, 1986, p. 65). Neste sentido, a agricultura deveria se referir apenas à produção vegetal e a agropecuária ao conjunto de produções vegetal e animal.
Exemplificando, o termo Agropecuária é usado para denominar o grupo de atividades que usam a terra como fator de produção seja para o plantio de culturas, para a criação de animais, o plantio de florestas, a aquicultura, entre outros. Assim, a Agricultura passa a ser um sub-setor da agropecuária, e a Pecuária é outro subsetor da agropecuária. É de extrema importância distinguir agricultura de pecuária pois ambas podem ter desempenhos diferentes e sofrerem impactos distintos das políticas econômicas.
Por outro lado, o termo Agronegócio foi definido em 1957, por Davis e Goldberg, dois pesquisadores e professores americanos, onde reconheceram que não era mais adequado analisar a economia nos padrões clássicos, com setores disjuntos que fabricavam insumos, processavam os produtos e os comercializavam. Diante disso, o agronegócio foi, então, definido como o conjunto de empresas que produzem insumos agrícolas, as propriedades rurais, as empresas de processamento e toda a distribuição.
No cenário atual, o que mostra a evolução do mercado agrícola é a crescente implantação de sistemas agroindustriais pois permitiu-se a integração de capitais agrícolas, comercial, industrial e financeiro. A agricultura tradicional foi transformada, profissionais especializados nas diversas atividades do setor agroindustrial começaram a surgir, a preocupação dos empresários com a gestão administrativa e econômicas aumentaram e as perspectivas de lucro se desenvolveram em decorrência do controle e formação do preço dos produtos.
Hoje, o termo agricultura perde forças em referência às atividades de plantio, colheita e produção de animais. O conceito de agronegócio tem como objetivo dar amplitude ao termo agricultura, para antes da porteira e pós-porteira em todas as suas relações jurídicas representativas de desdobramentos econômicos.