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Agro: nossa força!



Marco Ripoli

O setor não está imune a economia dentro do cenário mundial e deve se preparar ainda mais para novas mudanças. O Produto Interno Bruto do Agro, de acordo com o CEPEA (ESALQ/USP) cresceu 8,36% em 2021 levando o setor no PIB brasileiro a ocupar 27,4% da economia.  Segundo o mesmo órgão de pesquisa, os segmentos de insumos e primário se destacaram em 2021, com aumentos de 52,63% e 17,52%, respectivamente, crescendo assim o PIB destes dois segmentos, 2,56% para os serviços e 1,63% para a agroindústria.

Houve incremento das exportações, considerada uma das principais mudanças ocorridas.  Em setembro passado a balança comercial do agronegócio alcançou um superávit de US$ 68,7 bilhões, maior até hoje naquele período.  Isso ocorreu parcialmente devido a movimentos cambiais (dólar) e crescimento da demanda chinesa por alimentos. Na época, o dólar mais valorizado ajudou a compensar parte dos preços das commodities agrícolas, favorecendo o cenário para exportadores de comodities brasileiras, mesmo que a curto prazo.

Mesmo apresentando um desempenho mais fraco a pecuária brasileira devido ao aumento expressivo dos custos com insumos, no ano passado conseguiu aumentar sua receita.  Contudo não foi o suficiente para gerar aumento do PIB em seu setor.  O avanço da renda no segmento só não foi maior devido ao incremento de outros custos de produção.

Em meio a tudo isso, a sustentabilidade vem ganhando cada vez mais força devido ao aumento das exigências dos consumidores quanto aquilo de compram, principalmente em relação a procedência e caminhos que produtos percorreram e cumpriram por uma agricultura mais sustentável, levando em consideração também a relação destes produtores à cadeia de suprimentos de suas atividades fins.

Ainda quanto aos impactos da pandemia no agronegócio, o fator tecnologia tem sido um divisor de águas... A mecanização e transformação digital no agro estão cada vez mais fortes e vem utilizando inúmeras ferramentas que nos auxiliam:

  1. Melhoramento genético:  novos cultivares de plantas que oferecem mais adaptabilidade aos campos que quando aliadas o melhoramento à biotecnologia é possível lançar de cultivares com características desejáveis ao produtor.
  2. Big Data: seu uso é visto como a facilitador do processo no campo, auxiliando na tomada de decisão, ajudando na gestão; reduzindo desperdícios e custos de produção; incrementando a produtividade e liquidez do negócio.
  3. Veículos autônomos: maquinários e equipamentos agrícolas guiados por GPS e conduzidos de forma remota por smartphones e outros dispositivos, ajudando a reduzir os custos com operadores e aumentando a produtividade.
  4. Agricultura de precisão: proporciona ao produtor maior rentabilidade, pois traz ferramentas de mapeamento e monitoração de suas áreas favorecendo o manejo das áreas.  Tende a maximizar ganhos e minimizar dos impactos e desperdícios.  Usando diversos tipos de sensores é possível limitar a área da fazenda, identificar as áreas úmidas e estradas existentes, caracterização das propriedades do solo, níveis de nutrientes no solo, pH, minimizar os custos com defensivos e, ainda, permitem visualizar quais áreas são as mais produtivas na fazenda.

Com novas demandas, novas tecnologias serão desenvolvidas, pois o agro acaba buscando sempre se a adaptar nas adversidades.  É preciso continuar a alimentar uma população que cresce rapidamente e é necessário fazer isso de forma sustentável.

O Agro não para!

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, fundador do “O Agro não Para” e proprietário da BIOENERGY Consultoria e investidor em empresas.  Acesse www.marcoripoli.com

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