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A transgenia a serviço de mais alimentos



Amélio Dall’Agnol

Em 13 de junho de 2003 foi autorizada, no Brasil, a produção do primeiro produto geneticamente modificado (OGM): a soja RoundUp Ready (RR), da Monsanto. Desde então, o crescimento dos cultivos transgênicos não deu trégua, aqui e no resto do mundo. Além da soja RR e da soja duplamente transformada (Intacta RR2Pro), também são cultivados milho, algodão, arroz, feijão, laranja, mamão, abobrinha e até salmão transgênico. 

Segundo a Consultoria Céleres, o Brasil cultivou na safra (2015/16) 45,7 milhões de hectares (Mha) com lavouras transgênicas, sendo 31,4 Mha de soja (92% da área cultivada com a oleaginosa), 15,5 Mha de milho e 751 mil ha de algodão. E há indícios de que, além da resistência a herbicidas e a insetos-praga, já amplamente utilizados comercialmente, haverá mais crescimento dessas culturas geneticamente modificadas, com a incorporação de novas características transgênicas, capazes de conferir maior qualidade aos produtos (para a soja, por exemplo, mais e melhor óleo ou proteína). 

O Brasil figura como o segundo país que mais cultiva plantas geneticamente modificadas, depois dos Estados Unidos e é seguido pela Argentina. Em nível global, já superam os 180 milhões os hectares cultivados com plantas transgênicas, com destaque para a soja, o milho e o algodão. Este montante é expressivo, pois representa cerca de 55% da área (331 Mha) cultivada globalmente com estas três culturas, sendo que o mundo explora um total de, aproximadamente, 1,6 bilhões de hectares com lavouras, pastagens e florestas cultivadas. 

Seria difícil no mundo atual alguém esquivar-se de consumir - direta ou indiretamente - plantas ou animais livres dos genes transgênicos incorporados ao DNA do produto.  Se o cidadão se esquivar de consumir o grão do milho transgênico, por exemplo, ele acaba consumindo a sua farinha ou a carne do frango ou do porco que consumiu esse farelo transgênico. Dá no mesmo consumir o produto ou os seus derivados.

Não há razões para se temer o consumo de produtos geneticamente modificados, porque testes exaustivos realizados por cientistas nacionais e internacionais, em laboratórios e a campo, atestaram que eles são seguros para o consumo de humanos e de animais e não afetam negativamente o ambiente. Contrariamente ao que propalam alguns céticos da tecnologia, as plantas modificadas geneticamente mais protegem do que prejudicam o ambiente, pois reduzem a utilização dos agrotóxicos, menos necessários em plantas onde foram incorporados genes transgênicos que conferem resistência a doenças e a insetos-praga. 

Dadas as garantias oferecidas pelos cientistas aos produtos transgênicos, parece ser racional aceita-los, pois o seu desenvolvimento não vai parar, a menos que surja um dado novo que mostre riscos reais ainda não identificados. A transgenia provou ser uma ferramenta que ajuda a humanidade a produzir mais e melhores alimentos e medicamentos, além de torna-los mais baratos.

A incorporação segura de novas características úteis ao DNA de plantas e de animais é desejável para o esforço da humanidade de prover os alimentos necessários para satisfazer a fome de todos os cidadãos do Planeta. Segundo a FAO, cerca de 1 bilhão de pessoas ainda passa fome no mundo. 

A ciência é dinâmica, não para. Busca incansavelmente novos desenvolvimentos seguros para o desfrute da população. As novidades podem ser rejeitadas ou aceitas, depende muito dos preconceitos e da capacidade de análise de cada cidadão.

A área de cultivos transgênicos vem aumentando a cada ano, indicando a preferência dos agricultores pela tecnologia e a percepção dos consumidores de que são aceitáveis os riscos (se existentes) à saúde humana, animal e ao ambiente.

A engenharia genética foi posta a serviço do homem para garantir-lhe mais saúde, segurança alimentar e bem estar.

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