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Sarna pulverulenta

(Spongospora subterranea) Culturas Afetadas: Batata

A doença desenvolve-se melhor em climas frios e úmidos, mas tem sido constatada em praticamente todas as regiões produtoras de batata do mundo. No Brasil, a sarna pulverulenta é considerada doença rara, sendo detectada pela primeira vez em 1988, no município de Vargem Grande do Sul-SP. Em 1992 foi constatada na principal região produtora de batata de inverno do Estado de São Paulo, causando grandes prejuízos. Embora a produtividade não seja afetada, a doença causa mancha e feridas na casca da batateira, depreciando seu valor comercial.

Danos: A doença só é detectada durante a colheita, quando verifica-se a presença de manchas e feridas na casca. O tubérculo é infectado via lenticelas, ferimentos e às vezes pelos olhos. Pústulas marrom-avermelhados, com diâmetros de 0,5 a 2 mm, estendem-se lateralmente sob a periderme, formando elevações ou pequenas erupções. O crescimento do tubérculo força a ruptura da periderme, resultando numa lesão branca, cujo formato lembra uma verruga. Gradualmente, a periderme afetada escurece, fica deprimida e cheia de uma massa pulverulenta de esporos escuros do fungo. A lesão é normalmente circundada pela epiderme rompida, delimitando-a. Em solos muito úmidos pode não ocorrer o rompimento da periderme e a lesão apresenta-se maior e mais profunda.

Durante o armazenamento, a sarna pulverulenta pode ocasionar podridão seca ou aumento das lesões tipo verruga e, não ocorrendo o rompimento da periderme, a necrose aumenta lateralmente, produzindo um ou dois anéis ao redor da lesão original. As lesões servem de porta de entrada para outros patógenos que causam podridão nos tubérculos.

Infecções nas raízes e estolões ocorrem concomitantemente com as do tubérculo, apresentando pequenas manchas necróticas e galhas brancas que variam de 1 a 10 mm de diâmetro, podendo ocasionar murcha e até matar as plantas mais jovens se a severidade for muito alta. Essas galhas tem um formato que lembra uma verruga e, quando maduras, ficam escuras (amarronzadas) e rompem-se gradualmente, liberando uma massa pulverulenta de esporos no solo.

O início da infecção é favorecido por solos frios e úmidos, requerendo posterior drenagem. Com temperaturas de 16-20ºC, o período de incubação é de aproximadamente 3 semanas. A sarna pulverulenta pode ocorrer em solos com pH entre 4,6 e 7,6. Macro e micronutrientes têm pouco ou nenhum efeito sobre a doença. A adição de elementos como o enxofre e o óxido de zinco, no entanto, parece reduzir a doença.

Spongospora subterranea pode completar seu ciclo de vida em outras plantas do gênero Solanum formadores de tubérculos e nas raízes de Solanum nigrum e Nicotiana rustica. Outras espécies de dicotiledôneas e monocotiledôneas são infectadas, mas sem formação de esporos de resistência. O fungo é também vetor de viroses.

Controle: Recomenda-se:

a) Evitar solos encharcados e contaminados;

b) Botar culturas por 3 a 10 anos;

c) Plantar tubérculo-semente sadio;

d) Não usar esterco de animais que tenham sido alimentados com tubérculos doentes;

e) Controlar as irrigações, principalmente nos primeiros 50 dias do ciclo;

f) Evitar o plantio da variedade Achat, que é altamente suscetível à doença;

g) Pulverizar com fungicidas registrados para a cultura.

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