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Podridão-abacaxi

Podridão negra (Thielaviopsis paradoxa) Culturas Afetadas: Cana-de-açúcar, Todas as culturas com ocorrência do alvo biológico


Forma perfeita: Ceratocystis paradoxa

Sinônimos: Chalara paradoxa Sporochisma paradoxum

O agente da podridão abacaxi tem sido detectado em diversas espécies de plantas tropicais. Por ser polífago, ocorre em todas as regiões onde a cana-de-açúcar é cultivada. Sua importância varia de acordo com as condições de solo, temperatura e velocidade de germinação dos toletes. Na Região Sul, a doença só é importante quando o plantio é tardio, entre os meses de março e agosto. Este período coincide com seca e temperatura baixa, que retardam a brotação dos toletes. Anualmente, perdem-se áreas extensas de canaviais que não germinam devido ao ataque do fungo.


Sintomas - O fungo penetra na planta por cortes ou ferimentos, sendo incapaz de entrar por aberturas naturais. Este fato faz com que ele só seja observado atacando restos de cultura anterior e colmos danificados. Na cana-de-açúcar, é particularmente importante porque as mudas são cortadas em toletes por ocasião do plantio, oferecendo portanto a porta de entrada para o fungo.

Em toletes recém-invadidos por Thielaviopsis observa-se, nas extremidades, um encharcamento do tecido que se inicia no corte e se aprofunda rapidamente, atravessando o tecido do nó sem dificuldade antes da formação do tecido avermelhado com substâncias de defesa.

À medida que a podridão avança, a coloração dos tecidos vai-se alterando, passando para cinza, parda-escura e finalmente negra. Nesta última fase só resta a casca intacta do tolete, os feixes fibrovasculares internos estão soltos c recobertos por massa negra de esporos. Toletes infectados podem iniciar o desenvolvimento de raízes e gemas. Estas, no entanto, têm seu crescimento retardado e inibido, no geral morrem antes de emergirem do solo ou o fazem vagarosamente, produzindo plantas fracas que são dominadas pelo mato ou pela competição com plantas vizinhas.
O sintoma mais típico da doença é a fermentação dos toletes que exalam um odor agradável e característico de essência de abacaxi. Esta fermentação é mais acentuada nas fases iniciais do ataque enquanto o tolete tem reservas de açúcar.

Etiologia - O fungo pertence à sub-divisão Ascomycotina. Nas condições brasileiras o fungo é normalmente encontrado na forma imperfeita, Thielaviopsis paradoxa. Este produz dois tipos de esporos: microconídios e macroconídios. Os primeiros são produzidos endogenamente nos conidióforos, são hialinos, pequenos, eretos e eliminados na forma de bastonetes em cadeia. Nas hifas mais velhas formam-se numerosas ramificações que produzem conidióforos curtos onde são formados macroconídios ovais, pardo-escuros, com volume 3 a 4 vezes maior que o do microconídios.

Controle - Como fator mais importante para a ocorrência de epifitias de podridão abacaxi, destaca-se o retardamento da brotação das gemas. Qualquer medida que estimule a brotação rápida dos toletes ou proteja as feridas por onde o fungo penetra, produz excelentes resultados no controle da doença.
Nas Regiões Sul e Centro-oeste e principalmente no Estado de São Paulo, a escolha da época de plantio já é suficiente para controlar o fungo. Todo plantio efetuado nos meses de verão está livre da doença. É evidente que se associarmos a isto medida complementar como bom preparo do solo, plantio raso, mudas novas e vigorosas, iremos diminuir os danos, mesmo quando o solo estiver contaminado. Plantio em períodos favoráveis ao fungo requer mudas mais novas e colmos inteiros (sem picar).

Quanto ao controle químico, recomenda-se o uso de produtos registrados para a cultura.

 

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