Mancha marrom
(Helminthosporium sativum) Culturas Afetadas:
Sinônimos: Bipolaris sorokiniana, Drechslera sorokiniana e Helminthosporium sorokinianum
Teleomorfo: Cochliobolus sativus
Tanto na cultura do trigo quanto na cultura da cevada esta doença apresenta duas fases distintas, caracterizadas pelo ataque aos órgãos aéreos (mancha marrom) e ao sistema radicular (podridão comum da raiz). Esta moléstia tem potencial para causar prejuízos significativos, sobretudo em primaveras quentes e úmidas. Na cultura do trigo, as perdas causadas por esta doença podem chegar a até 80%.
Danos: Na cultura da cevada, os sintomas se apresentam na forma de pequenas manchas foliares escuras, cor de chocolate, lesões castanhas nos nós e, às vezes, nos entrenós. Escurecimento total ou parcial dos grãos (ponta preta) também pode ser visualizado no caso de infecções mais intensas. No caso da podridão de raízes, os primeiros sintomas podem ser vistos sob a forma de manchas marrons no colo, bainhas das folhas e partes subterrâneas de plântulas. Mais tarde, estas lesões progridem, necrosam e escurecem o sistema radicular.
Na cultura do trigo os sintomas iniciais são observados como lesões necróticas pardas, com 1 a 2 mm de comprimento, sobre o limbo das primeiras folhas, em conseqüência da transmissão a partir das sementes. Nas demais folhas podem aparecer, dependendo do clima, dois tipos de sintomas: em regiões frias, as lesões são retangulares e escuras e nas regiões quentes, elípticas e cinzas. Sob clima úmido é abundante a frutificação do patógeno nas lesões velhas. Sintomas podem também aparecer na parte central das glumas, na forma de lesões elípticas com centro claro, quase branco, e com bordos pardo-escuros. As sementes infectadas apresentam a ponta do escudete negro.
As principais fontes de inóculo primário são sementes, restos culturais (centeio, cevada, trigo e triticale), plantas voluntárias, hospedeiros secundários e conídios dormentes no solo. Os agentes de disseminação são sementes, vento e respingos de chuva. A fonte de inóculo mais abundante são os restos culturais. Quando estes são deixados na superfície do solo, como ocorre no sistema plantio direto, e sob monocultura, a intensidade da doença é máxima.
Controle: Deve-se empregar uma série de medidas conjuntamente:
a) Tratamento de sementes com fungicidas;
b) Pulverização de lavouras de produção de sementes após o estádio de elongação com fungicidas triazóis sistêmicos registrados para as culturas;
c) Eliminação de restos culturais;
d) Rotação de culturas.
O melhoramento genético visando a resistência à doença tem tido pouco sucesso tanto em trigo como em cevada. Como não existem cultivares com nível satisfatório de resistência, a doença pode ser economicamente controlada pelo uso de fungicidas registrados para as culturas. Para determinar-se o momento para o controle químico na cultura do trigo, o monitoramento deve ser semanal, removendo-se uma planta de 20 em 20 passos, totalizando uma amostra de 50 a 100 plantas. Remover todas as folhas expandidas, não senescentes, separando-as em infectadas e sadias. Considera-se infectada a folha que apresentar, no mínimo, uma lesão com comprimento > 2 mm. Calcula-se a incidência e, se esta for inferior a 70%, aguardar e continuar o monitoramento. Quando estiver na faixa de 70 a 80% proceder, imediatamente, a pulverização. Quando a incidência for superior a 80% haverá perda. São recomendados os fungicidas triazóis sistêmicos registrados para as culturas .
Para a cultura da cevada são recomendados o tratamento químico de sementes e da parte aérea, utilizando os mesmos compostos prescritos para o trigo.