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Si existisse seguro, os Maias haviam sobrevivido até hoje?



Henrique Tresca

Ano após ano, os cientistas encontram mais evidências sobre o mundo dos Maias cuja sua época principal foi entre 300 a.c. e 1500 d.c. Por outro lado, existem ainda especialistas que acreditam que os Maias não se extinguiram e que, pelas tradições culturais, idiomas e outros aspectos antropológicos, o sangue maia se mantém vivo na região da Mesoamérica.

Uma coisa é verdade, assim como todas as sociedades que existiram e que ainda permanecem ativas, a necessidade de água e alimentos sempre esteve presente. A agricultura foi o motor do desenvolvimento de diferentes culturas em diversos lugares do mundo. Com ela também se estendeu a necessidade universal das chuvas para possibilitar cultivar as culturas de grãos, frutas e hortaliças, base da alimentação humana. Na tradição Maia, o Deus da chuva era intimamente ligado a sobrevivência dos povos e foi muito considerado durante os rituais de celebração da vida e do clamor por alimentos.

Durante as últimas décadas, muitas pesquisas foram feitas com a intenção de decifrar os fatores que causaram o declínio do Império Maia. Uma das teorias mais difundidas entre os especialistas é a de uma seca muito forte que ocorreu durante anos na região. Devido à grande dependência das chuvas para a produção de alimento, em uma região com terras poucos férteis, como é a península de Yucatán, os povos maias eram muito vulneráveis a estes períodos de estiagem.

A partir do momento que as cidades maias começaram a presenciar problemas por falta de alimento, pelo pequeno volume de chuvas, é possível deduzir que a população e seus governantes iniciaram a ter conflitos. Como uma possível consequência desta seca, acreditasse que seguiram períodos de fome, guerra, doenças, reorganização das estruturas sociais e a eminente migração para outras regiões.

Contudo, podemos imaginar que se, hipoteticamente, existisse uma espécie de seguro agrícola naqueles tempos, cuja principal cobertura fosse a seca e sua indenização fosse paga com jade (pedra considerada a mais valiosa para os maias), certamente, os anos de seca extrema, que foram registrados, levariam a possíveis “pagamentos de sinistros”, através dos quais, os governantes poderiam ter “comprado” alimentos de outros povos para o abastecimento da região e com isso poderiam ter seguido prosperando com seus impérios.

Podemos concluir que o risco, como sempre, tem estado lado a lado do homem. No entanto, o seguro, como conhecemos atualmente, surgiu muito tempo depois. De qualquer modo, as secas continuam nos afetando de maneira muito significativa e um dos setores que mais sofre continua sendo a agricultura. Felizmente, hoje já contamos com um seguro que permite a sobrevivência do setor agropecuário. Do contrário, nosso campo e povo já poderiam ter desaparecido.

 

Henrique Tresca*

*Fundador do Portal Seguro Rural (www.portalsegurorural.com.br).
Atua no ramo de seguro e resseguro para o agronegócio.

 

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