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Sem o agronegócio, 2015 será terrível


Decio Luiz Gazzoni
Em 2015 o Brasil vai depender do agronegócio mais do que nunca. Com a economia combalida, a indústria involuindo, os empregos reais encolhendo, as importações crescendo mais do que as exportações, o agronegócio é a tábua de salvação. Se o ano for ruim para a lavoura, a economia do Brasil vai balançar na beira do precipício. Em 2014, o crescimento do PIB somente ficará em torno de zero porque o agronegócio cresceu. Caso contrário estaríamos amargando crescimento do PIB entre 1 e 2% negativos.

O agronegócio carregou a balança comercial nas costas nos últimos 20 anos. Este ano não conseguiu, a importação de manufaturados cresceu muito, em função do processo de desindustrialização do país, e o saldo positivo do agronegócio não foi suficiente para deixar a balança no azul, com nos últimos 20 anos.
Se São Pedro ajudar, a próxima safra de grãos pode chegar a 200 milhões de toneladas, crescimento de 2,7% sobre 2014 – o único setor da economia que vai crescer. Os indicativos vêm da agricultura empresarial, que contratou 15% mais crédito que este ano, e aumentou em 7,3% as compras de fertilizantes.

A colheita poderia até ser maior. Em 2014 houve compra recorde de máquinas, mas faltam operadores, porque não tem sido possível encontrar mão-de-obra que se disponha a trabalhar na lavoura. Excesso de emprego na cidade? Não. Nunca esqueça que o índice de desemprego é calculado pela relação entre as pessoas que procuram emprego e aquelas que não encontram. Ficam de fora da conta todos os cidadãos em idade produtiva, que não procuram emprego. Como vivem sem emprego? Qualquer agricultor e até os sindicatos de trabalhadores rurais têm a resposta na ponta da língua: as transferências e auxílios governamentais são suficientes para o cidadão manter-se vivo. Amanhã Deus proverá. Falta um estudo sério, de uma entidade independente, de preferência estrangeira, para verificar o quanto de verdade existe na afirmativa de agricultores e suas entidades.
Portanto, em suas orações de final de ano, não esqueça de pedir a São Pedro e a todos os outros santos que faça chover na roça na hora certa. E que faça sol também na hora certa. Para manter a economia do Brasil acima da linha d´água.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo. www.gazzoni.eng.br

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