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Sem a ciência, não haverá como alimentar o mundo



Jose Luiz Tejon Megido

A bióloga molecular norte-americana Nina Fedoroff, pesquisadora da Penn State University e ex-Conselheira Científica do departamento de Estado dos Estados Unidos, disse que não haverá possibilidade de alimentar em quantidade e qualidade suficiente uma população que era de dois bilhões e seiscentos milhões de pessoas em 1950, e que será de 10 bilhões em 2050, sem a ciência da genética.

Ou seja, as sementes geneticamente modificadas ou com edição de seus genes significarão a possibilidade de uso menor de recursos de água, terra e nutrientes, e terão mais resistência às pragas e doenças. 

Haverá um grande aumento da produtividade não apenas no campo, mas na sua transformação agroindustrial. Por isso, precisamos enfrentar a aversão, o medo e os mitos em torno dos organismos geneticamente modificados e da ciência em torno da agricultura. 

A Dra. Nina Fedoroff diz que há uma grande batalha a ser travada e ela não está na ciência; a batalha para a utilização da ciência genética está na comunicação. 

Existe uma hostilidade generalizada no mundo. E esta cientista afirma que os divulgadores científicos e a imprensa terão responsabilidades gigantescas a respeito disso. 

Então, te pergunto: “Você, teme a genética? Teme os organismos geneticamente modificados ou editados?”. 

A Dra. Nina é taxativa nas suas afirmações em entrevista dada a Agroanalysis: “Até o momento, não há qualquer evidência de que a adoção de culturas geneticamente modificadas cause mal à saúde humana e animal ou ao meio ambiente”. 

Outro exemplo apresentado foi um estudo da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos, que confirmou serem as culturas transgênicas seguras. 

As palavras escritas nesse documento foram: “(…) não foram encontradas evidências de que as culturas geneticamente modificadas oferecem riscos para a saúde humana, diferente daqueles que apresentam as culturas convencionais.“. 

A revolução científica na agricultura exigirá comunicação e educação, tanto para os produtores quanto para processadores e consumidores.

Digitalização da agricultura, inteligência artificial, robots, monitoramento por satélite e drones. Um imenso design innovation de proporções inimagináveis está em andamento. 

E onde está o acelerador ou o freio desse inevitável domínio pela sociedade humana? Na comunicação.

Em uma comunicação educadora da ciência, explodindo mitos e lidando com fatos, não apenas técnicos, mas para toda a sociedade consumidora. Sem ciência, não haverá comida suficiente. É hora de uma nova consciência. 

E cada vez mais dependeremos e comeremos ciência. É bom incluir isso nas escolas, nos cardápios e na formação da gastronomia e dos nutricionistas.

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