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Quando a mente falha, o bolso sofre as conseqüências


Cláudio Boriola

Funciona assim: O salário vem e naturalmente já dura pouco. Numa casa ou apartamento pequeno, onde moram duas pessoas, os gastos mensais com água/condomínio, luz e telefone podem variar entre R$ 350 e R$ 700, dependendo da região. Essas contas, por si só, já são suficientes para desequilibrar o orçamento de uma casa, mas não há como escapar delas, são fundamentais para que se viva com um certo conforto.

Agora, some essas contas com gastos desnecessários com materiais supérfluos, que não têm nenhuma importância na vida do consumidor. Aí temos uma bela dívida.

Cláudio Boriola, fundador e presidente da Boriola Consultoria, não se conforma com a mania de consumismo, que o brasileiro não perde de maneira alguma: "Vejo diariamente na Boriola Consultoria clientes que por causa de vários pequenos gastos com itens desnecessários ficam endividados até o pescoço. Alguns dias depois, aparece um amigo, indicado pelo primeiro endividado, na mesma situação!".

"O consumismo é uma 'falha' do ser humano impulsionada pela indústria. Podemos perceber isso claramente na ocasião do lançamento de produtos eletro-eletrônicos, entre outros", completa Boriola, que observa o movimento do mercado: "Basta repararmos nas táticas de lançamento de um aparelho celular, por exemplo. Propagandas e promoções enchem os olhos do consumidor e inundam o seu e-mail, como se aquele produto fosse deixar de ser vendido na semana seguinte".

Realmente, podemos facilmente pensar em alguns casos que são intrigantes. Para quê uma pessoa que quase não sai de casa vai comprar uma máquina fotográfica digital, de última geração? Como aderir a essa febre de mp3 players portáteis se a pessoa não tem computador em casa, para carregar o aparelho de músicas? Ou então, para quê comprar um mp4 player, que tem suporte para vídeo, se não tem uma conexão de internet com banda larga em casa para fazer o download de clipes e afins?

Comprar é um ato que muitas vezes dá prazer e pode garantir até um certo status, mas a compra feita de forma compulsiva se transforma em patologia. A psicologia faz uma alusão entre o comprador compulsivo e o viciado em drogas ou em jogos: o prazer que o ato proporciona é mais forte do que as conseqüências negativas, por isso o compulsivo tende a repeti-lo. "Quando o comprador acorda para a sua realidade, já está endividado, precisando de ajuda financeira", conclui Boriola.

É necessário também distinguir o comprador por impulso e o compulsivo. Todos agimos por impulso pelo menos uma vez na vida. Aquele seu sonho de consumo está ali, ao alcance das suas mãos (física e financeiramente falando)... Você vai lá e compra! Já o que age compulsivamente, não tem limites. É daqueles que compram e quando chegam em casa se perguntam: "Porquê e pra quê eu comprei isso mesmo?". O ato de comprar é a sua droga, o seu jogo.

Nesse labirinto em que a mente entra, nossos empreendimentos e relacionamentos vão por água a baixo. "Além do auxílio da nossa consultoria, o comprador compulsivo também necessita de tratamento psicológico urgente. E é muito mais difícil curar a mente e o bolso ao mesmo tempo", diz Boriola.

Caso esteja nessa situação ou conheça alguém que esteja, procure fugir das soluções fáceis. O caminho é dolorido, mas precisa ser seguido.

 

SAIBA SE VOCÊ É UM COMPRADOR E, CONSEQUENTEMENTE, DEVEDOR COMPULSIVO.

 

Responda e confira o resultado no final da página:

 

Suas dívidas fazem com que sua vida caseira seja infeliz?

Você acaba distraído de suas atividades diárias devido às suas dívidas?

Suas dívidas estão afetando sua reputação?

Você tem baixa auto-estima por causa das dívidas?

Alguma vez você deu informações falsas para obter crédito?

Alguma vez você fez promessas que sabia não iria cumprir para seus credores?

A pressão de estar endividado faz com que você seja negligente com relação ao bem estar da sua família?

Você tem medo que seu empregador, família ou amigos saibam do grau do seu endividamento?

Diante de uma dificuldade financeira a possibilidade de levantar financiamento lhe traz um sentimento de alívio?

Você tem dificuldades para dormir devido às dívidas?

Você já pensou em se embebedar para se esquecer das dívidas?

Você já pediu dinheiro emprestado sem levar em consideração os juros cobrados?

Em geral você espera uma resposta negativa quando faz um pedido de financiamento?

Alguma vez você desenvolveu um plano de quitação de dívidas, mas o abandonou no primeiro sinal de dificuldade?

Você justifica suas dívidas pensando que é melhor que os outros e pode sair desta situação assim que a situação melhorar um pouco?

 

Caso tenha respondido a mais de oito perguntas com um "sim", não significa exatamente que seja um comprador compulsivo, mas é bom que reveja seus conceitos. 

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