Guilherme Augusto Vieira[1]
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Pecuária tradicional é caracterizada por uma cria e recria de ciclo longo e crescimento tardio dos animais
Atualmente a pecuária de corte no Brasil passa por grandes transformações, incorporando um novo contexto, no qual a busca pela melhoria da eficiência tanto na reprodução quanto na engorda tem alterado o perfil da pecuária brasileira, principalmente no quesito de produzir uma pecuária de ciclo curto. Neste aspecto, a cria saudável e a recria de ciclo curto apresenta-se como uma excelente opção para atingir este objetivo.
A “cria” tradicional, ainda presente em grande parte do Brasil, é produzida em sistemas extensivos, com pastagens mal manejadas, muitas vezes acompanhadas de manejos sanitários e nutricionais ineficientes levando índices reprodutivos baixos, produção de bezerros fracos, crescimento lento e baixo peso ao desmame.
Um dos maiores problemas observados na pecuária de corte nacional é o longo tempo do período da recria, onde os animais permancem na fazenda provocando altos custos operacionais.
Diante do quadro apresentado, tentando mitigar os problemas apresentados, observou-se um avanço da pecuária nacional em todos os sentidos, com melhoria produtiva em todos os seus sistemas: na cria, recria e engorda.
A nova Vaca de Cria representa o novo contexto da cria. Ela é desafiada a produzir um bezerro de qualidade por ano. As fazendas modernas de cria implantaram novos sistemas produtivos, reprodutivos (novas tecnologias), nutricionais, melhoria genética e também sanitários, tudo isso com o intuito de melhorar a performance das vacas e produção de bezerros de qualidade.
As fazendas produtoras de Recria[1] tem o desafio de inserir em seus processos produtivos tecnologias nos manejos sanitários e nutricionais e com isso encurtar o período de recria e o tempo decorrente da pós-desmama ao início da engorda ( machos) e o período reprodutivo precoce ( fêmeas) , melhorando a eficiência produtiva dos animais.
Reduzir o tempo de recria é importante para os animais aumentar o peso, elevar a sua taxa de crescimento e conseguir obter os resultados que vem a ser os novilhos e novilhas precoces.
Porque acelerar a cria e a recria?
O grande objetivo é oferecer condições para o desenvolvimento do (a) bezerro (a) afim de que ele tenha plenas condições para ter um ótimo peso ao desmame e consequente desenvolvimento durante o período da recria.
O propósito no encurtamento da recria é impedir o problema do estresse nutricional ocasionado principalmente no período seco e evitar o baixo desempenho produtivo dos animais melhorando a velocidade constante de crescimento.
Como acelerar a cria e a recria?
A” aceleração” da cria e recria ocorre com a utilização de novas tecnologias e produtos a serem utilizados durante a cria e a recria visando acelerar o processo produtivo como um todo e produzir uma cria diferenciada oferecendo animais prontos para uma recria acelerada e turbinada influenciando posteriormente na precocidade reprodutiva e animais precoces para o abate.
Outros fatores diferenciados utilizados na cria e recria acelerada são as mudanças estruturais e operacionais nos manejos sanitários nutricionais em cada fase dos processos, a se destacar:
- Manejos nutricionais e sanitários na vaca de cria durante a gestação
- Manejos (sanitário e nutricional) do bezerro no período da cria (“pediatria”) enquanto estiver mamando;
- Manejos (sanitário e nutricional) do bezerro no pós -desmame e durante a recria.
Ao concluir este artigo, verifica-se que para introduzir uma pecuária de ciclo curto são necessárias mudanças de paradigmas em relação a produção tradicional, investimentos em tecnologias e operações nos manejos nutricional e sanitários da vaca de cria , bezerros mamando e na recria e com isso abreviar os ciclos produtivos e oferecer ao mercado animais precoces para a reprodução e abate.
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[1] Para entender a nova Recria sugiro a leitura do nosso Manual Recria Turbinada. Disponível em www.semiconfinamento.com.br
[1] Médico Veterinário, Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela UFBA, Doutor em História das Ciências, autor dos Manuais Semiconfinamento e Confinamento, atualmente é gestor da Plataforma www.semiconfinamento.com.br e ministra cursos e treinamentos na VeteAgroGestão. Contatos com o autor: [email protected]