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Política Ambiental: Suspeitos ataques ao agronegócio do Brasil


José Luiz Martins Costa Kessler

Conta à história que por um erro no trajeto para o Novo Caminho das Índias, as caravelas de Pedro Álvares Cabral acabaram por descobrir o Brasil em abril de 1500. Seis anos antes deste imponderável episódio, já fora assinado o Tratado de Tordesilhas que definia os critérios para a partilha, entre Espanha e Portugal, das terras descobertas por Colombo e outros navegadores, motivo suficiente para supor-se que a descoberta de Cabral não tenha sido obra do acaso.
Com o intuito de legitimar seus direitos de exploração e garantir a posse sobre os bens destas terras, as duas potências da navegação daquela época negociaram a presença da Santa Inquisição em seus reinos e passaram a inventariar as riquezas que sucederam a este novo ordenamento na geografia do planeta.
Passados quinhentos anos muito pouco mudou nas relações entre colonizadores e colonizados. Penso isto, ao constatar que em curtíssimo tempo, no momento em que o Brasil ensaia passos na direção de utilizar seu vasto território, seu solo, sua água e seu clima para tornar-se o principal fornecedor de alimentos do mundo, uma nova verdade é anunciada: A Terra está aquecendo e o maior culpado é o agronegócio brasileiro.
Neste momento, não é conveniente falar que a maior poluição que produzimos é a feita com a miséria humana. Não é interessante ressaltar que a população está crescendo a uma taxa maior que a da produção de alimentos e que já atingimos uma cifra na ordem do bilhão de pessoas com fome crônica.
O ambientalismo, atualmente, tirou seu foco das fábricas, dos imensos conglomerados urbanos, das tecnologias ultrapassadas na geração de energia, da contaminação e exploração indiscriminada dos oceanos que ocupam mais de setenta por cento da superfície do planeta e apontou para o Brasil, para sua floresta amazônica, para sua produção agropecuária, para o seu rebanho bovino.
O incrível é que manipulações da informação, mesmo denunciadas, com a força de um rolo compressor passam a torturar nossas consciências, calando e emudecendo fundamentados arrazoados que indicam estarem equivocadas as atuais políticas de combate ao aquecimento global além das suspeitas de que as mesmas ocultem uma nova face da hegemonia econômica dos países desenvolvidos.
Com seu poder estas nações aliciam, organizam e financiam distintas milícias, alimentam-nas com algumas ideologias para dar sentido a suas existências e, com a astúcia de velhos predadores, distribuem armadilhas, catequizam os novos habitantes da terra de Cabral, desapropriam a Amazônia e boa parte de nosso território e como oferenda prometem deixar-nos contemplando, eternamente, o berço esplêndido.
Como brasileiro e engenheiro agrônomo espero que nossos representantes desconfiem da benevolência e dos afagos que lhes tem sido dirigidos e, com firmeza, defendam a agropecuária deste país. É uma obrigação e um dever para o bem do Brasil e da humanidade, proteger este setor que, reiteradamente, através de pesquisa científica e difusão de tecnologia, tem sido capaz de atender duas grandes metas, a de fornecer alimentos no presente e de preservar o ambiente para garantir o futuro.

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