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Pior do que parece



Mauricio Fontana
No cerrar das cortinas da última semana do ano (dia 27 de dezembro), o governo federal anunciou mais uma daquelas medidas que assustam consumidores e analistas.
 Ao encarecer as viagens internacionais dos brasileiros com um aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras de 0,38% para 6,38% para gastos em cartões de débito e pré-pagos, para saques de dinheiro no exterior e para cheques de viagem, as autoridades econômicas brasileiras conseguiram de uma vez só elevar a preocupação sobre a trajetória do câmbio, depreciar o real e prejudicar a segurança de turistas brasileiros em viagens internacionais, que agora necessitam carregar dinheiro “vivo” nos bolsos. Pior do que isso, pelo pequeno impacto que a conta ‘gastos dos brasileiros no exterior’ tem sobre o déficit do balanço de pagamentos, a presidente Dilma e seu fiel ministro Guido Mantega transformaram em problema um assunto que estava razoavelmente sob controle. Criaram no inconsciente do mercado e daqueles que conhecem um pouco da economia argentina a sensação de que medidas de controle cambial direto estão por vir, aumentando a procura por dólares e euros como reserva segura de valor. Além disso, dada a fama do ministro Mantega de prometer e não cumprir, ao afirmar que a compra de moeda em espécie não será tributada ou controlada, gerou também o medo de que estas estratégias poderão sim ser colocadas em prática em breve.
 De toda forma, para aqueles que pretendem viajar ao exterior ou possuem compromissos futuros em moeda estrangeira, parece-me que é chegada a hora de realizar investimentos em ativos que os protejam de uma escalada da moeda americana, seja através da compra de dólar futuro, seja pela aplicação de recursos em fundos de investimento atrelados ao câmbio.

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