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Agricultura digital desafia os profissionais do futuro



Flávio Rielli Mazetto

Por: Flávio Rielli Mazetto, engenheiro agrônomo e diretor de Produto e Portfólio da CNH para a América Latina

 

Neste 12 de outubro, Dia do Engenheiro Agrônomo, data que remete à regulamentação da profissão no Brasil (12 de outubro de 1933), é fundamental refletirmos sobre as transformações que a agricultura digital tem proporcionado à nossa profissão. Se antes a expertise em solos, cultivos e manejo de culturas era o centro da atuação do engenheiro agrônomo, hoje o domínio de ferramentas digitais tornou-se igualmente crucial.

A crescente automação das atividades no campo, impulsionada por inovações tecnológicas, está desafiando o agrônomo a ampliar seu leque de conhecimentos e, ao mesmo tempo, a repensar sua relação com o produtor rural e com a produtividade das propriedades.

A agricultura digital, ou agricultura 4.0, tem tido um papel fundamental nessa história, trazendo uma nova dinâmica ao campo. Os engenheiros agrônomos precisam agora integrar seu conhecimento tradicional com habilidades digitais, tornando-se uma ponte entre a ciência agronômica e as tecnologias emergentes.

A aplicação de soluções de precisão, por exemplo, como o monitoramento remoto das lavouras, conectividade entre máquinas agrícolas, inclusive via satélite, e aplicativos de gestão agrícola, exemplifica bem como a inovação tecnológica está transformando o cotidiano do campo.

Essas ferramentas, baseadas em inteligência artificial (IA) e machine learning, possibilitam análises preditivas mais eficazes, permitindo que o agrônomo recomende estratégias precisas para aumentar a produtividade, otimizar o uso de insumos e mitigar os riscos climáticos. No entanto, o profissional de hoje precisa estar preparado para interpretar esses dados, guiando o agricultor na implementação de soluções adequadas, de forma acessível e prática.

A transformação do papel do agrônomo

A agricultura digital impôs um novo desafio ao engenheiro agrônomo: a necessidade de se adaptar a um ambiente que exige conhecimento tecnológico aliado à sua experiência de campo. Para atender às demandas de uma produção cada vez mais eficiente, sustentável e lucrativa, o agrônomo precisa dominar plataformas digitais de gestão e análise de dados, além de compreender o funcionamento do maquinário moderno, como tratores e colhedoras com tecnologia embarcada de ponta.

Ao mesmo tempo, há uma mudança no relacionamento com o cliente. O agrônomo não é mais apenas um consultor técnico; ele passa a ser um facilitador, ajudando o agricultor a aproveitar ao máximo as novas tecnologias disponíveis. O foco na experiência do cliente é central, pois o sucesso do produtor depende, cada vez mais, da capacidade de operar as ferramentas tecnológicas, que por sua vez precisam ser intuitivas e fáceis de usar.

Investir em inovação é o caminho para o futuro

Em meio a esse cenário, a servitização dos produtos agrícolas surge como uma tendência promissora. Não basta mais oferecer ao agricultor um trator ou uma colhedora de alta performance. É preciso também fornecer um pacote completo de serviços que inclua manutenção preditiva, por exemplo, atualizações tecnológicas e suporte contínuo para o uso das ferramentas digitais. Isso significa que o engenheiro agrônomo também precisa atuar como consultor de soluções integradas, fortalecendo o vínculo entre o fabricante e o produtor rural.

Investir em inovação torna-se, portanto, uma necessidade estratégica. As tecnologias acessíveis e fáceis de usar, como aplicativos de gestão agrícola, plataformas de análise preditiva e monitoramento remoto de dados, são fundamentais para que o agricultor possa adotar as inovações com confiança e eficácia. O agrônomo, por sua vez, é peça-chave nesse processo de integração entre o campo e a tecnologia.

O futuro do engenheiro agrônomo é repleto de desafios, mas também de oportunidades. A capacidade de aliar o conhecimento profundo da terra com as soluções tecnológicas abre um vasto campo de atuação. Com a expansão da agricultura digital, surgem novas demandas por profissionais capacitados para implementar, gerenciar e otimizar essas inovações no campo.

A relevância do engenheiro agrônomo permanece inquestionável. À medida que as tecnologias evoluem, o papel desse profissional se torna ainda mais estratégico, ajudando a garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção agrícola no Brasil e no mundo. A agricultura digital não apenas transforma o campo, mas também fortalece a importância do engenheiro agrônomo como um dos pilares do agronegócio.

Resiliência e capacidade de adaptação

Neste Dia do Engenheiro Agrônomo, celebramos a resiliência e a capacidade de adaptação desses profissionais frente aos desafios impostos pela revolução digital. A agricultura 4.0 não só desafia, mas também amplia as possibilidades de atuação dos engenheiros agrônomos, tornando-os protagonistas na transformação do agronegócio brasileiro.

O futuro da profissão é promissor, e as tecnologias que hoje parecem desafiadoras logo se tornarão aliadas inseparáveis na missão de alimentar o mundo de forma sustentável e eficiente.

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