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O sol e o ciclo da vida


Amélio Dall’Agnol
Lavoisier, um renomado cientista francês do século XVII concluiu, após muitos anos de estudos científicos e observações empíricas, que neste mundo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Não sei se ele acreditava em Deus, mas estou absolutamente convencido de que ele estava certo. Tudo o que existe neste planeta são elementos químicos (C, H, O, N, P, K, entre outros) que, a depender das suas combinações, formam materiais inorgânicos, como cristais de rocha, ou podem combinar-se para produzir células, as quais se combinam para constituir tecidos de humanos, plantas ou animais.
As plantas sobrevivem absorvendo, transformando e armazenando a sua própria energia por meio da fotossíntese, cuja reação fundamental é associar energia luminosa (luz solar) ao gás carbônico (CO2) e à água, gerando carboidratos e oxigênio. Por sua vez, os carboidratos gerados são usados na respiração, tornando possível a sobrevivência e crescimento dos vegetais. A luz e a água estão para os vegetais, como um prato de comida está para os humanos.
Se tudo o que existe na natureza é produto de transformações químicas entre átomos sem vida, como explicar a origem da vida presente nas plantas e nos animais? Para que haja fotossíntese, precisamos da presença de moléculas de água e de gás carbônico, que surge a partir da decomposição da matéria orgânica, cuja origem são as plantas ou os animais. Mas de onde vieram ou como se formaram os primeiros seres vivos que deram início ao primeiro ciclo da vida? Ah, foi Deus?! Para quem acredita nEle, fica fácil. Para quem só acredita em eventos que possam ser comprovados cientificamente, a busca para desvendar este Mistério de Fé será longa, difícil e incerta.
Imagina-se que o sol sempre esteve no mesmo lugar e, portanto, disponível há bilhões de anos para realizar a fotossíntese em plantas, desde que elas existissem. Partindo da existência das plantas e dos animais na Terra, fica fácil explicar a continuidade da vida a partir de então: o sol aquece a superfície terrestre, onde micro-organismos e pequenos animais decompõem a matéria orgânica liberando CO2, o qual é recapturado pela fotossíntese, que incorpora o carbono (C) para a formação de novos tecidos vegetais e libera o oxigênio (O2), indispensável para a sobrevivência dos animais. Os animais, como não realizam fotossíntese, alimentam-se das plantas e de outros animais que, também, se desenvolvem comendo plantas. O destino final é o mesmo: as plantas e os animais se desenvolvem, envelhecem e morrem, liberando a matéria prima que os constituiu (C, H, O, N....) para formar novos seres vivos.
Os elementos químicos liberados pela decomposição de um homem, por exemplo, não necessariamente formarão outro ser humano num novo ciclo de vida. É mais provável que seus átomos sejam utilizados na formação de tecidos vegetais ou de outro animal, podendo ser um elefante, um fungo ou uma bactéria.
É assim como os seres vivos se reciclam, embora o aparecimento da vida continue um grande Mistério.

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