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O belo exemplo que vem do campo


Opinião Livre
Um levantamento da economia do Rio Grande do Sul em 2012 exige que, mais uma vez, façamos o elogio ao trabalho da nossa gente do campo. Ano após ano, a nossa agropecuária se mostra dinâmica e competente, apesar das dificuldades, entre as quais se destacam as sucessivas estiagens. A quebra de uma safra por causa da seca tem sempre desdobramentos terríveis. Assim, a destruição das lavouras de milho compromete, mais adiante, a produção avícola e suína. Foi o que aconteceu no ano passado. Pergunto: como um fenômeno periódico, que pode ser perfeitamente diagnosticado com antecedência, segue assolando a economia gaúcha? O Rio Grande do Sul é a unidade da Federação mais atingida pelas estiagens, superando até mesmo os estados do Nordeste, região considerada a mais árida do País. É fundamental que o governo do Rio Grande se articule com o governo federal no enfrentamento desse desafio, quase cíclico, que demanda planejamento e firmeza de nossos governantes para minimizar, pelo menos, as consequências econômicas e sociais de quebras continuadas na produção do campo gaúcho.


Os efeitos de uma grande estiagem, como a de 2012, estendem-se de forma perversa à safra seguinte, contaminando todo o processo produtivo, drenando o dinamismo do ciclo econômico vital para o crescimento dos cidadãos, das empresas e do Estado. Éramos, tradicionalmente, o terceiro estado que mais exportava. Houve ocasiões de maior bonança em que subimos para o segundo lugar, ficando atrás apenas de São Paulo. Agora, minguamos para a quinta posição no ranking brasileiro da exportação, superados por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Conclamo aqui a presidente Dilma Rousseff, que tão bem conhece nossa terra e nossa gente, para que mobilize toda a sua energia para estruturar, junto ao governo do Rio Grande, as medidas necessárias para um plano consistente de irrigação, que proteja o homem e o agronegócio das incertezas de um clima cada vez mais inclemente.


Repetindo a saga dos sofridos sertanejos do Nordeste, o gaúcho também é, antes de tudo, um forte. Com muita força, fé renovada e trabalho constante, nossa gente enfrentou o mau tempo e desafiou a natureza adversa para recuperar o agronegócio. O setor registrou um espantoso crescimento de 22,3% no terceiro trimestre de 2012, em comparação ao mesmo período de 2011, em forte contraste com a queda de 2,8% da indústria. Esse exemplo de superação explica o surpreendente crescimento de 7,6% do PIB gaúcho no terceiro trimestre de 2012, em relação ao trágico trimestre anterior, quando o Estado viu sua riqueza bruta cair 6,8% do PIB, segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), resgatando assim, a sorte da economia do Rio Grande. Que esta lição de luta nos inspire ao longo de 2013.


Por *Senador/PMDB

*Publicado no Jornal do Comércio.

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