O ano não começou bem para quem tem ou quer fazer um financiamento. Isso porque o Governo aumentou em 0.38% a alíquota para pessoa física do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e caiu como um balde de água fria em quem pretende obter um financiamento de veículo, por exemplo. A medida, que deve render aos cofres públicos cerca de R$ 8 bilhões, foi adotada para compensar parte da perda de arrecadação com a não aprovação da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira).
"A elevação do IOF vai aumentar o custo de várias operações bancárias, principalmente, em financiamentos e empréstimos. Custará aproximadamente 1,5% ao ano a mais para a metade da população brasileira que habitualmente contrata seguros, financia a compra de veículos e de imóveis, obtem crédito direto ao consumidor e utiliza o empréstimo do cheque especial", explica Marcos Crivelaro, professor PhD da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista.
Para o especialista em matemática financeira, a melhor saída é pagar à vista, já que a mudança vai mexer diretamente no bolso de quem tem uma dívida de longo prazo. "O consumidor que apenas leva em conta o tamanho da prestação e se ela cabe no seu orçamento nem perceberá o aumento de alguns centavos ou reais, dependendo do tamanho da compra. Mas quanto maior for o prazo de financiamento maior será o gasto com esse imposto", afirma Crivelaro.
Segundo ele, a mudança no IOF poderá aumentar a inadimplência dos consumidores em 2008. Dados da Serasa apontam que de janeiro a novembro do ano passado foi registrado um aumento de 1% no número de consumidores inadimplentes em comparação com o mesmo período de 2006. "É um efeito bola de neve. Os bancos e as financeiras que são as maiores fontes de empréstimo - 40% e 30% respectivamente - poderão, se perceberem um maior risco de emprestar dinheiro, aumentar os juros ao concederem empréstimos", alerta Crivelaro.