O dogma do Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a união de métodos de controle. Ela visa que a população de uma praga, não atinja um índice de dano, que irá trazer um prejuízo econômico maior, do que sua medida de controle. Métodos de controle legislativos, culturais, biológicos e químicos devem ser usados de forma harmoniosa, onde o agricultor deve buscar conduzir sua lavoura dentro de parâmetros ambientais aceitáveis, com um resultado financeiro positivo e socialmente justo. Apesar da filosofia do MIP ser interessante, desde seu surgimento na década de 50, ela é alvo de críticas, principalmente por parte dos próprios agricultores, que tiveram pouca ou nenhuma participação na criação e desenvolvimento da técnica. Na prática, o controle químico é o método mais utilizado em todo o mundo. Apesar dos malefícios, como a possibilidade de contaminação exagerada de solos, recursos hídricos e alimentos, o benefício gerado suprime o contrário. Para evitar a aplicação desnecessária de agrotóxicos nas lavouras, evitando efeitos colaterais indesejáveis como a matança de inimigos naturais e o dispêndio financeiro do agricultor, se adotam índices de controle, baseados na população e capacidade de dano que a praga tem de causar a cultura, em determinado momento fenológico. Eles existem de forma satisfatória para as principais commodities brasileiras, como a soja. Muitos índices encontrados em literatura são criticados por técnicos, agricultores e por vezes também pesquisadores. Um índice determinado pela pesquisa, pode muitas vezes não ter aplicação prática. Isto acontece em função de múltiplos fatores e cenários. Por exemplo, uma equipe de amostradores mal treinada, a quebra de máquinas responsáveis pela aplicação, chuva em excesso durante a condução da lavoura e área plantada superior à capacidade operacional ideal, são fatores que exigem que o pulverizador adentre na lavoura antes ou depois do que os livros ensinam. Porém, em situações onde existe folga operacional e boas condições climáticas, os índices de controle podem ser aumentados. A idéia é mostrar e colocar em pauta que os índices de controle, que são peças fundamentais do MIP devem ser baseados em pesquisa, mas flexíveis o bastante para permitir sua adequação as mais diversas realidades agrícolas do país. Desta forma, o momento da aplicação estará abalizado em dados do monitoramento, critérios científicos, condições operacionais da propriedade (recursos humanos, disponibilidade de máquinas) e condições climáticas. Quando o MIP surgiu o brasileiro usava gasolina ou óleo diesel para abastecer a frota de autos e caminhões. Atualmente, biodiesel, gás natural, etanol (álcool) e motores bicombustíveis fazem parte de nosso cotidiano. Seja flexível e não encare o MIP como dogma e sim como um meio para maximizar lucros e diminuir impactos ambientais.