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Gases de efeito estufa


Amélio Dall’Agnol
Talvez eu seja relativamente cético quanto às reais possibilidades de ter minha vida prejudicada pela emissão excessiva de Gases de Efeito Estufa (GEE), os quais promoveriam o aquecimento anormal da atmosfera terrestre, fazendo-a parecer uma imensa estufa, o que prejudicaria a vida de humanos, plantas e animais. Não desprezo os alertas emitidos pelos mais de 2.000 cientistas que compõem o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), os quais afirmam que o perigo do aquecimento global é real e a responsabilidade é do homem, por causa da maneira insustentável que explorou e explora os recursos naturais da Terra.
A bem da verdade, uma boa dose de GEE na atmosfera é bem-vinda, pois evita que o Planeta fique excessivamente gelado, tornando-o inabitável para os humanos. O problema dos GEE não está na sua existência, mas no seu excesso.
Embora não desacredite os alertas dos cientistas do IPCC sobre os riscos do aquecimento global, minhas dúvidas sobre a real dimensão do problema se fundamentam nas afirmações em contrário de outros cientistas e, também, porque registros do passado distante do nosso Planeta indicam que ele já foi mais quente do que é hoje e se esfriou, tendo, inclusive, existido um período tão frio, que ficou conhecido como a era do gelo. E, ainda, como interpretar a indiferença do Primeiro Mundo, teoricamente mais bem informado sobre as ameaças das mudanças no clima, cuja despreocupação parece nos transmitir a certeza de que o aquecimento global é coisa de menor importância! A propósito, David Lobell, cientista agrícola da Universidade de Stanford, Estados Unidos, declarou ter observado em suas múltiplas viagens pelo mundo,  que as pessoas em outros países parece angustiarem-se mais do que os norte americanos quanto aos riscos do excesso de GEE na atmosfera.
Baseados em estudos e observações, os cientistas do IPCC argumentam que o nosso Planeta está à deriva, afirmando, inclusive, que os recentes fenômenos anormais que nos afetaram: extremos de temperaturas (EUA em 2013), de precipitações pluviométricas (região Serrana do Rio em 2012, em MG e ES no final de 2013 e a cheia do Rio Madeira no início de 2014) seriam a resposta da natureza ao excesso de GEE acumulados na atmosfera pelo homem e que esses fenômenos tendem a tornar-se mais frequentes e intensos, se medidas de controle não forem tomadas com urgência.
Acreditando ou não, é melhor dormir com um olho aberto, porque este planeta não é nosso. Ele foi tomado emprestado das gerações que virão depois de nós, as quais têm o direito de exigir que o devolvamos como recebido, para que também tenham condições de nele sobreviver dignamente.
“Temos que dar um basta verde à contaminação consciente dos ricos e à inconsciente dos pobres, respeitando as limitações econômicas da ecologia e as ecológicas da economia” (Jornalista Joelmir Beting, morto recentemente).
 

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