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Futuro da pecuária passa pelo semiconfinamento



Guilherme Augusto Vieira

Futuro da pecuária passa pelo semiconfinamento

Guilherme Augusto Vieira

www.semiconfinamento.com.br

 

A produção da pecuária de corte passa por grandes evoluções no qual evidencia-se aumento dos índices produtivos, melhoria do padrão genético dos animais, haja visto que recentemente na EXPOZEBU 2022 uma vaca foi comercializada por R$3,9 milhões de reais, números que evidenciam o grau de produção do rebanho nacional.

Todo este crescimento observado na produção de pecuária deveu-se ao avanço destas atividades produtivas, principalmente no que tange as melhorias nos manejos sanitário, nutricional, melhoria genética dos animais e processos nas fazendas.

Outro fator determinante foi a mudança do perfil do produtor, que pressionado por pressões mercadológicas e outros fatores (econômicos, produtivos) fizeram com que adotassem inovações tecnológicas que segundo Widekin,2017, levaram a melhorar a eficiência produtiva em termos de quantidade e qualidade da carne bovina.

Entretanto, apesar dos avanços da pecuária de corte brasileira, a produção brasileira apresenta alguns desafios como introduzir a pecuária de ciclo curto (diminuir o ciclo longo produtivo), buscar encurtar os ciclos de cria e recria.

Talvez o maior desafio aos longos dos anos da pecuária é enfrentar o período seco do ano, no qual ocorre queda na produção de gramíneas e no seu valor nutritivo derivando desnutrição dos animais criados a pasto e consequentemente baixo ganho de peso, gerando o longo período de produção bovina com média acima de 30 ( trinta ) meses para o abate em grande parte das fazendas.

Para equilibrar esta demanda, observa-se no Brasil um avanço na produção intensiva brasileira utilizando-se as tecnologias na fase de engorda como uso de confinamento e semiconfinamento de bovinos. 

Estas atividades vêm se constituindo com uma estratégia de produção. O confinamento de bovinos é um sistema produtivo praticado há mais de 40 (quarenta anos), profissional, adotado por produtores profissionais e que agora toma corpo entre os pecuaristas e agricultores (vide artigo publicado neste portal). Entretanto exige investimentos em instalações, equipamentos, alimentos e principalmente custos operacionais, no qual exige um grande empenho por parte do produtor no conhecimento de mercado e o momento exato de equilibrar o preço da  arroba , recomposição e preço do milho.

Uma das alternativas de produção de pecuária intensiva é a adoção do semiconfinamento.

De acordo com Trivellato (2018), entende-se por semiconfinamento, o sistema de produção intensiva de bovinos que consiste na engorda de animais onde são utilizadas pastagens como alimentos volumosos e o fornecimento de ração concentrada nos cochos dispostos nos piquetes ou invernadas.

Trata-se de um sistema de produção onde o produtor utiliza as técnicas de produção intensiva (como no confinamento), só que utiliza-se o fornecimento de rações aos bovinos no pasto e utilizando as pastagens (no período de transição e chuvoso) e silagens no período seco.

Utiliza-se o semiconfinamento para terminar bovinos (engorda de bois acima de 15 @s), recria acelerada (machos e fêmeas) e novilhos e novilhas preparando-os para a terminação.

Muitas são as vantagens do semiconfinamento, a se destacar:

  • Redução da idade de abate dos animais;
  • Exigência de baixos investimentos em instalações e equipamentos;
  • Baixo custo operacional com menor número de colaboradores;
  • Maior flexibilidade operacional;
  • Bem estar conferido aos animais durante o processo produtivo;
  • Maior adaptabilidade ao sistema produtivo, pois a produção ocorrerá no pasto

A principal questão do semiconfinamento é alta dependência da produção é a qualidade da pastagem, na qual o produtor terá que investir em implantação e recuperação de pastagens, tratos culturais ao final de cada lote.

Poque o semiconfinamento é o futuro da pecuária de corte?

Alguns autores enfatizam que o semiconfinamento é uma ferramenta simples e barata de acelerar o processo de acabamento dos animais a pasto, melhorar a qualidade da carcaça e aumentar os lucros da terminação.

Outro fator a considerar é que o sistema intensivo na utilização das pastagens torna-se o uso do semiconfinamento vantajoso, pois permite diluir os custos fixos, através do aumento da taxa de lotação e redução do tempo de abate.

Concluindo, não só digo que o semiconfinamento é o futuro da pecuária como é o presente, pois este sistema produtivo utiliza as técnicas da pecuária intensiva utilizando as pastagens (de boa qualidade), podendo “terminar” várias categorias animais em curto espaço de tempo, podendo ser utilizada em qualquer fazenda brasileira com baixos custos operacionais e investimentos em equipamentos.

Até uma próxima oportunidade.

Guilherme Augusto Vieira é Médico Veterinário pela EVZ/UFG, Doutor em História das Ciências, Professor Universitário, autor dos livros como montar uma farmácia na fazenda, O agronegócio e a produção agropecuária e os Manuais práticos semiconfinamento e confinamento. Conteudista do programa Giro do Boi no Canal Rural. Contatos: www.semiconfinamento.com.br  e https://guilhermeavieira.tumblr.com/

 

 

 

 

 

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