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Expointer para além dos números


Opinião Livre
por Luiz Fernando Mainardi
Questionar os excelentes números da 36ª Expointer, além de negar a importância de o produtor investir em novas tecnologias, responsáveis por dobrar, nos últimos 15 anos, as safras de grãos, utilizando praticamente a mesma área, é retroceder. É querer condenar o agricultor a voltar a semear com saraquá e "colher" com carroças puxadas a boi. É desconhecer - sei lá por que razões - o grande momento que vivemos, especialmente a partir do crescimento do crédito para o setor primário, que saiu de pouco mais de R$ 16 bilhões, no início do governo Lula, para os atuais R$ 160 bilhões. E barato, com juros de 3,5% ao ano. 

Para argumentar, vamos admitir que, dos R$ 3,2 bilhões anunciados como volume de negócios, apenas 70% tenham se efetivado, como admitiu o presidente do Badesul, Marcelo Lopes. Estamos falando em mais de R$ 2,2 bilhões de vendas. É muito? Então, deixemos por 50% de efetividade. Teremos mais de R$ 1,6 bilhão em vendas. Se voltarmos às últimas edições e seguindo o mesmo raciocínio - metade das vendas se concretizando -, teremos que, em 2011, venderam-se R$ 440 milhões; em 2012, R$ 1,018 bilhão; e agora, R$ 1,6 bilhão. Isso nos dá a real dimensão da escalada dos investimentos em novas tecnologias feitos pelo homem do campo. Um exemplo é a irrigação a partir do Programa Mais Água, Mais Renda. 
O programa inovou pela agilidade, flexibilidade e abrangência inéditas. Em 2012, foram R$ 56 milhões na Expointer. Em 2013, na Expodireto, chegou a 84 milhões e, agora, na Expointer, alcança a incrível marca de R$ 314 milhões. O viés é de ampliação, assim como em outros eventos da mesma natureza, como a Expodireto e a Expoagro, que utilizam os mesmos métodos da Expointer para avaliar o desempenho comercial de suas feiras. Basta olhar para o rosto de agricultores e pecuaristas. 

Na maioria deles, veremos estampado um largo sorriso. E, nos olhos, mais do que esperança, a certeza de que vivemos um grande e promissor momento. Momento para investir em busca de mais produtividade, mais qualidade e mais produção. Nosso Estado se prepara para exercer o papel que dele se espera no cenário mundial como produtor de alimentos. Nos próximos 40 anos, a humanidade terá que produzir mais alimentos do que produziu nos últimos 10 mil anos. E com muito mais qualidade ambiental e sanitária do que atualmente. Temos orgulho de estar organizando as cadeias produtivas, valorizando a agricultura familiar, oferecendo programas para todas as áreas e recuperando as estruturas públicas de pesquisa, ensino, extensão e defesa agropecuária. Não se trata de ufanismo, e sim de compromisso com o Rio Grande, o Brasil e o mundo. 
*Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
Artigo originalmente publicado no site do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em 11.09.2013

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