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Estabelecimento, Formação e Manejo de Pastagens de Centrosema brasilianum


Newton de Lucena Costa
A Centrosema brasilianum é uma leguminosa forrageira perene, de hábito de crescimento volúvel, com germinação hipógea, crescendo prostrada na ausência de suportes. Originária da América do Sul, notadamente do Brasil e Venezuela, apresenta excelente adaptação às condições edafoclimáticas da região amazônica. Possui alta capacidade de colonização do solo, através do enraizamento de seus nós.

Clima e solo - apresenta bom desempenho em regiões tropicais úmidas com altitudes entre 0 e 1.400 m e precipitação entre 1.000 e 3.500 mm anuais. Possui grande adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade natural, desde aqueles com textura franca até os argilosos. Não tolera solos úmidos ou encharcados, porém pode tolerar períodos de déficit hídrico de dois a cinco meses. Seu crescimento pode ser incrementado pela elevação do pH através da calagem, respondendo marcadamente à aplicação de doses moderadas de P (20 a 40 kg de P2O5/ha). É uma leguminosa promíscua, nodulando intensamente com as estirpes nativas de Rhizobium, além de alta capacidade de fixação e transferência de nitrogênio ao sistema solo-planta.
Estabelecimento - seu plantio deve ser realizado no início do período chuvoso (outubro/ novembro). As sementes podem ser distribuídas a lanço ou em linhas (manual ou mecanicamente), à profundidade de 2,5 cm e espaçamento de 0,5 a 1,0 m entre linhas. A densidade de semeadura será de 4 a 5 kg/ha (lanço) e 3 a 4 kg/ha (linhas). Para a formação de pastagens consorciadas com gramíneas recomenda-se 1,0 a 2,0 kg/ha de sementes da leguminosa. As sementes apresentam dormência mecânica. A escarificação pode ser feita por imersão em água quente (80ºC por 3 a 5 minutos); imersão em ácido sulfúrico concentrado por 20 minutos ou em solução de soda caústica a 20% por 30 minutos. Os níveis críticos internos de P e potássio foram estimados em 1,4 g/kg e 11,2 g/kg, respetivamente.
Produtividade de forragem, composição química e manejo - para as condições edafoclimáticas de Rondônia os rendimentos de forragem estão em torno de 6 a 8 e, 2 a 4 t/ha de MS, respectivamente para os períodos chuvoso e seco. Considerando-se a disponibilidade de forragem composição botânica e persistência, as consorciações mais promissoras para as condições ecológicas de Rondônia foram com
P. maximum, B. humidicola, B. brizantha cv. Marandu, A. gayanus cv. Planaltina e P. purpureum.
Constitui-se numa excelente fonte de proteína para os rebanhos, principalmente durante o período de estiagem, apresentando teores de PB nas folhas variando entre 16 a 20%. Sua DIVMS varia entre 50 a 60%, respectivamente para os períodos seco e chuvoso. Com oito semanas de rebrota, apresenta concentrações de 1,12; 0,21; 20,0 e 33,2%, respectivamente para cálcio, fósforo, PB e fibra bruta. Os ganhos de peso podem variar de 250 a 400 g/an/dia e de 300 a 400 kg/ha/ano. Tolera razoavelmente a defoliação e recupera-se bem quando submetida a pastejo controlado, não devendo ser rebaixada a menos de 20 cm acima do solo. Em pastagens de C. brasilianum consorciadas com A. gayanus cv. Planaltina, avaliadas por um período de dois anos, submetidas a pastejo rotativo, foram verificados ganhos de peso de 0,670 e 0,067 kg/an/dia, respectivamente para os períodos chuvoso e seco.

Newton de Lucena Costa - Embrapa Roraima
João Avelar Magalhães - Embrapa Meio Norte
Claudio Ramalho Townsend - Embrapa Clima Temperado
Valdinei Tadeu Paulino - Instituto de Zootecnia

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