A banana pertence ao gênero Musa, o qual compreende 22 espécies e mais de 100 subespécies. Na América Latina a Musa sapientum e a M. cavendishii são as mais frequentes, juntamente com M. paradisiaca. A banana inteira, verde, madura ou dessecada é utilizada com bastante êxito na alimentação animal em diversas regiões da América Latina. Nos países produtores de banana há uma grande oferta do produto durante quase todo o ano, ainda que os cultivos destinem-se, quase que totalmente, para a alimentação humana. Contudo, considerando-se as perdas ocorridas durante os processos de colheita, transporte, armazenamento e comercialização, as quais superam a cifra dos 30%, dispõe-se de uma grande disponibilidade de frutos, que podem ser utilizados na alimentação animal.
A banana verde, em base a matéria seca, possui cerca de 79% de nutrientes digestíveis totais (NDT); 2,46% de proteína bruta; 0,84% de grodura; 2,39% de fibra bruta e 2,32% de cinzas. Para a banana verde crua, verde com casca cozida, verde sem casca e madura, foram obtidos os seguintes indicadores de valor nutritivo: 83,5 - 87,9 - 88,6 e 89,5% de digestibilidade da matéria seca; 79,5 - 84,3 - 88,5 e 85,5 de NDT e, 674 - 743 - 1.021 e 722 kcal/kg de energia digestível. Por sua ampla relação nutritiva (1:44) e grande disponibilidade de suas frações não-nitrogenadas (formadas principalmente por sacarose e açúcares invertidos), a banana pode ser considerada como um componente energético na formulação de rações para as diferentes espécies de animais, notadamente os suínos. Dentre os sistemas mais comuns de fornecimento da banana aos suínos em crescimento e engorda, destacam-se as formas verde com casca crú ou cozido. Tentando-se estabelecer as vantagens e desvantagens desta forma de alimentação em estudos com suínos, observou-se que a utilização da banana madura com casca, suplementada com ração contendo 30% de proteína bruta, foi possível reduzir os custos de alimento/kg de peso produzido. No entanto, os animais apresentaram menores ganhos de peso/dia e, portanto, demoraram mais tempo para alcançar o peso de abate (90 kg).
O baixo conteúdo de proteína e a alta umidade da banana fazem com que torne-se necessário a suplementação de alguma fonte com alto nível de proteína para suprir as necessidades proteica dos suínos. A capacidade física deste animal impede o consumo suficiente de energia que a banana contém, devendo-se fornecer suplementos energéticos adicionais. Avaliando-se diferentes proporções de banana (5, 10 e 15%) madura com casca em rações para suínos em crescimento, observou-se que os ganhos de peso, consumo de alimentos e conversão alimentar não foram significativamente afetadas pelos percentuais de banana. A análise econômica mostrou que o maior retorno ocorreu com a utilização de 10% de banana, devido ao menor custo da ração. Para suínos em fase de acabamento, a utilização de 5% de banana madura com casca apresentou o maior ganho de peso, a maior conversão alimentar e retorno econômico. Outra alternativa para a utilização da banana é o fornecimento como suplemento para animais em pastejo, sendo obtidos resultados positivos no ganho de peso por animal e por área.
Newton de Lucena Costa (Embrapa Amapá), João Avelar Magalhães (Embrapa Meio Norte), Claudio Ramalho Townsend, Ricardo Gomes de A. Pereira (Embrapa Rondônia)