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Unidos contra o greening



Arnaldo Calil Pereira Jardim

O greening destacadamente tem comprometido gravemente a nossa produção de citros. Agora estamos nos unindo todos, setor público e privado, todos os elos da cadeia produtiva em uma campanha para aumentar a sanidade dos nossos frutos e diminuir a incidência de um dos principais problemas de nossa citricultura. Em parceria com o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo seguindo a diretriz do governador Geraldo Alckmin, lançou a hashtag #unidoscontraogreening para mobilizar todos, de produtores a consumidores, a enfrentar este mal que azeda nossa produção.
O greening -ou huanglongbing (HLB) - é um problema de todos, não apenas do produtor ou da indústria de suco. Ataca a fruta, força a erradicação da planta, diminui os ganhos do produtor e compromete a qualidade de uma citricultura exemplar, que quebra recordes de exportação e move a engrenagem da geração de empregos no Brasil.

Somos responsáveis por 61% da produção mundial de suco de laranja, movimentando US$ 14 bilhões anuais em uma cadeia produtiva que gera US$ 189 milhões em impostos. Entre os meses de julho de 2016 e junho de 2017, a citricultura paulista e do Triângulo Mineiro, o maior parque citrícola do mundo, gerou um total de 45.508 empregos diretos, com saldo positivo de mais de 3 mil postos de trabalho com relação à safra passada.

De acordo com o mais recente levantamento do Fundecitrus, 17% das plantas do parque citrícola de São Paulo estão afetadas, o que corresponde a 32 milhões de árvores - com incidência maior nos pomares acima de 10 anos (22%). O mesmo estudo identificou que, quanto menor a propriedade, maior a incidência.

Assim, devemos ampliar as boas práticas de manejo, que já têm seus ganhos práticos comprovados, e continuar apoiando o pequeno produtor em busca de sanidade para que a produtividade continue avançando, como subiu de 22 para 38 toneladas por hectare desde a safra 2005/2006.

O descuido tem alto preço, a exemplo do que houve na Flórida, nos Estados Unidos, onde essas práticas não foram adotadas e a incidência do greening ultrapassa os 90% e a produtividade foi reduzida quase à metade: de 40 para 23 toneladas por hectare.

O manejo integrado é a forma mais eficiente de combate e deve ser feito simultaneamente por todos os citricultores de uma mesma região, que devem tomar medidas como a inspeção frequente de todas as plantas do pomar, erradicação das árvores com sintomas e monitoramento e controle do psilídeo, que é o vetor da doença.

A Secretaria de Agricultura, através do nosso Centro de Citricultura "Sylvio Moreira" e de nossos Institutos de pesquisa, pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), que cuida da nossa extensão rural, estará mobilizada nesta campanha.

É preciso estar atento também à aquisição de mudas sadias, produzidas em viveiros protegidos com telas anti-afídicas, cadastrados na nossa Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) do Estado de São Paulo - além da eliminação das plantas de falsa-murta, hospedeira do psilídeo e das bactérias do HLB.

Nosso citricultor sabe da importância de realizar este trabalho. É preciso união porque um pomar sadio necessita de uma vizinhança também sadia para assim se manter. De nada adianta alguns tomarem os cuidados e serem prejudicados pela falta de atenção de outros.

Para intensificar estas ações, criamos um Grupo de Trabalho de Combate ao Greening com a participação de profissionais da Secretariade Agricultura responsáveis por extensão rural, pesquisa e defesa agropecuária para discutirmos o problema sob vários ângulos.

Também participam parte representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Associação Brasileira de Citros de Mesa, Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) e Grupo de Consultores em Citros (Gconci).

Esta congregação de esforços possibilitará e o incentivo de pesquisas e o desenvolvimento de ações sanitárias de forma mais integrada para que a informação alcance nosso citricultor. O principal foco é controle da doença em áreas sem manejo, redução das fontes de contaminação e ações de conscientização.

Enquanto fazemos nossa parte no campo, a população urbana deve valorizar a capacidade nutritiva do nosso suco de laranja acompanhando a iniciativa pela internet no site www.unidoscontraogreening.com.br ou no Facebook da Secretaria (/Agriculturasp) e do Fundecitrus (/Fundecitrus).

A manutenção da citricultura brasileira no topo do mundo depende da união dos elos do setor citrícola e da sociedade. É preciso que estejamos #unidoscontraogreening.

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