Em palestra na Bienal dos Negócios da Agricultura, em Campo Grande, demonstrei o descompasso crescente entre a produtividade média da soja no Brasil (CONAB), e a produtividade dos melhores produtores de soja do país. O fato é facilmente observado na série histórica dos vencedores do Desafio Soja do CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil), uma OSCIP que incentiva os agricultores a ampliarem sua produtividade, em bases sustentáveis: produzir cada vez mais, gastando menos por unidade produzida, com menos insumos e maior lucratividade.
Na primeira edição do Desafio (2008/09), o vencedor colheu 82,8 scs/ha e os 10 primeiros colocados 77,8 scs/ha, enquanto a produtividade do Brasil foi de 43,8 scs/ha. Na última safra (2014/15), um produtor de Ponta Grossa (PR) atingiu o recorde de 141,8 scs/ha, 184% acima da média brasileira. Os 10 melhores produtores colheram 140% acima da média brasileira.
Após 6 safras de Desafio Soja, verifica-se que o vencedor da última safra aumentou a produtividade em 71%, em relação ao da primeira edição e a média de colheita dos 10 melhores produtores aumentou 54%. Entretanto, a média nacional aumentou apenas e tão somente 14%.
A surpresa é ainda maior ao analisar-se a rentabilidade dos melhores produtores, pois sua margem de lucro é sempre muito maior, por saco de soja produzido, se comparada com produtividades inferiores.
Os melhores produtores não utilizam tecnologia secreta ou alienígena, não possuem uma “bala de prata”. Analiso o sistema de produção dos vencedores do Desafio desde sua primeira edição e 4 fatos são patentes: 1) Os vencedores apenas fazem com capricho, bem feito, o que deve ser feito (as recomendações técnicas); 2) Os agrônomos que prestam assistência técnica a estes produtores são profissionais exemplares, experientes e bem informados; 3) A cada safra são incorporadas as lições de sucesso das anteriores; e 4) Tratar bem o solo é o “segredo”.
O Brasil está “condenado” a ser o maior produtor e exportador de soja do mundo. Isto implica em aumentarmos continuamente a produtividade de forma sustentável. Os melhores produtores brasileiros estão demonstrando que é possível produzir muito mais e melhor. Basta que o restante dos sojicultores sigam o seu exemplo.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.
Na primeira edição do Desafio (2008/09), o vencedor colheu 82,8 scs/ha e os 10 primeiros colocados 77,8 scs/ha, enquanto a produtividade do Brasil foi de 43,8 scs/ha. Na última safra (2014/15), um produtor de Ponta Grossa (PR) atingiu o recorde de 141,8 scs/ha, 184% acima da média brasileira. Os 10 melhores produtores colheram 140% acima da média brasileira.
Após 6 safras de Desafio Soja, verifica-se que o vencedor da última safra aumentou a produtividade em 71%, em relação ao da primeira edição e a média de colheita dos 10 melhores produtores aumentou 54%. Entretanto, a média nacional aumentou apenas e tão somente 14%.
A surpresa é ainda maior ao analisar-se a rentabilidade dos melhores produtores, pois sua margem de lucro é sempre muito maior, por saco de soja produzido, se comparada com produtividades inferiores.
Os melhores produtores não utilizam tecnologia secreta ou alienígena, não possuem uma “bala de prata”. Analiso o sistema de produção dos vencedores do Desafio desde sua primeira edição e 4 fatos são patentes: 1) Os vencedores apenas fazem com capricho, bem feito, o que deve ser feito (as recomendações técnicas); 2) Os agrônomos que prestam assistência técnica a estes produtores são profissionais exemplares, experientes e bem informados; 3) A cada safra são incorporadas as lições de sucesso das anteriores; e 4) Tratar bem o solo é o “segredo”.
O Brasil está “condenado” a ser o maior produtor e exportador de soja do mundo. Isto implica em aumentarmos continuamente a produtividade de forma sustentável. Os melhores produtores brasileiros estão demonstrando que é possível produzir muito mais e melhor. Basta que o restante dos sojicultores sigam o seu exemplo.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.
