CI

Orçamento do Funcafé é estimado em R$ 3,8 bilhões para 2014



Conselho Nac. do Café - CNC
Setor terá R$ 3,8 bilhões do Funcafé em 2014. Distribuição dos recursos por linhas de financiamento e cronograma de aplicação deverão ser definidos em dezembro
ORÇAMENTO 2014 — Na quarta-feira, 23 de outubro, o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) se reuniu ordinariamente e, entre outros assuntos, debateu a proposta orçamentária para os financiamentos do setor em 2014. Os membros do colegiado definiram que o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) disponibilizará R$ 3,8 bilhões no ano que vem. Entretanto, como o Orçamento Geral da União ainda está em negociação no Congresso Nacional, os conselheiros marcaram outra reunião do CDPC para 5 de dezembro, quando acreditam que o OGU já estará definido e, então, poderão definir critérios e cronograma da distribuição dos recursos do Funcafé.

O Conselho Nacional do Café (CNC) entende que se trata de um valor substantivo para a cafeicultura brasileira, principalmente considerando que os recursos a serem empenhados pelos agentes financeiros poderão ter efeito multiplicador, pois existe a possibilidade de cada instituição entrar com um valor de contrapartida. Por outro lado, reiteramos a necessidade de termos definidos os valores para cada linha e o prazo de disponibilização da verba, de maneira que os elos da cadeia produtiva tenham acesso ao dinheiro em tempo hábil para organizar sua atividade. Nesse sentido, o CNC propôs que o setor privado se reúna no começo de novembro para discutir uma política estruturante e apresente ao Governo um plano consensual para o café.
INSERÇÃO NA CHINA — Também na quarta-feira, participamos de uma audiência com a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e com representantes dos demais setores da cadeia produtiva do café. O encontro foi idealizado para debatermos estratégias de promoção comercial e ampliação das exportações do produto para a China, levando em consideração uma agenda a ser discutida com os chineses em missão empresarial liderada pela CNA, de 5 a 15 de novembro, quando a comitiva estará em Pequim e Xangai.
O CNC entende que essa é uma brilhante iniciativa da senadora Kátia Abreu, principalmente ao considerarmos o potencial do mercado chinês para o café. A Associação de Café da China, durante apresentação na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, no mês passado, informou que o consumo médio no país foi de 80 mil toneladas (1,333 milhão de sacas de 60 kg) em 2011, com pequena representatividade de 0,7% no mundo. Por outro lado, até 2020 a entidade pretende que os chineses consumam 300 mil toneladas (5 milhões de sacas) até 2020, o que elevaria a nação ao posto de segundo maior consumo de café na Ásia.
Concordamos com o posicionamento apresentado pela presidente da CNA de que “precisamos buscar a abertura de mercado, vendendo mais produto para melhorar os preços para os nossos produtores”. Por outro lado, não podemos esquecer que essa é uma alternativa frente ao atual cenário de crise e que se faz necessária a implantação de políticas de médio e longo prazos ao setor, de maneira que tenhamos uma estrutura para enfrentar a volatilidade dos preços sem que produtores, indústrias e exportadores sejam prejudicados em sua renda e, principalmente, para que o Brasil não perca representatividade no mercado cafeeiro mundial.

MERCADO — A moeda americana voltou a se valorizar no Brasil nesta semana e os preços futuros do café arábica e robusta acentuaram a tendência de queda. O fato do Banco Central ter rolado apenas um terço dos contratos de swap cambial com vencimento em 1º de novembro (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) fez com que o dólar voltasse ao patamar superior a R$ 2,20 pela primeira vez em duas semanas. Até o fechamento de quinta-feira, a R$ 2,2012, o dólar havia acumulado alta de 1,2%.
A opção de rolagem parcial dos contratos pela autoridade monetária brasileira implica em saída de recursos do mercado, dando suporte ao dólar. Com isso, o BC indica que está confortável com o patamar de câmbio a R$ 2,20. A sinalização de um possível aperto monetário na China, para combater a inflação, também contribuiu para a alta do dólar ante as moedas das principais economias emergentes.
O mercado futuro do café arábica voltou a apresentar significativas perdas nesta semana. O vencimento dezembro do contrato C acumulou queda de 435 pontos até ontem, sendo cotado a US$ 1,1030 por libra-peso. A Bolsa de NY continua influenciada pelas expectativas de maiores volumes produzidos na Colômbia e no Brasil. A tendência dos compradores internacionais trabalharem com estoques baixos também pressiona os preços do arábica e pode ter o efeito de aumentar a volatilidade do mercado diante de condições climáticas adversas, conforme análise da Safras & Mercado.
Levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) constata que a acentuada queda dos preços do arábica já está prejudicando o desenvolvimento da safra 2014/15 do Brasil. Segundo a instituição, o bom andamento da próxima safra depende da intensificação dos tratos culturais, principalmente adubação, após as floradas, que já ocorreram em grande parte das regiões produtoras. Porém, no campo já se observa significativa redução da realização dos tratos culturais, pois os preços encontram-se abaixo do custo de produção. Na quinta-feira, o indicador do Cepea para o café arábica foi cotado a R$ 249,43, valor mais baixo desde setembro de 2009.

Seguindo o movimento baixista diante de grandes colheitas nos principais produtores, os preços futuros do café robusta também continuaram a se depreciar. O vencimento janeiro de 2014 do Contrato 409 acumulou perdas de US$ 36 até o fechamento de ontem, a US$ 1.582 por tonelada.
Atenciosamente,
Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.