![Rui Alberto Wolfart](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/454514_454115.jpg)
Há anos que organismos internacionais destacam a necessária contribuição do Brasil, no fornecimento futuro de alimentos à população mundial. Da demanda, cerca de 40% deveria ser produzida pelos agricultores brasileiros. Indicadores básicos como extensão de áreas agricultáveis, atrelamento a cadeias globais de suprimento, capital humano e tecnológico demonstram o acerto dessa conclusão. Tem sido veiculado que o mundo teria 500 milhões de pessoas passando fome e 2,3 bilhões em situação de vulnerabilidade alimentar. A brutal concentração de seres humanos em áreas urbanizadas associada à crescente baixa renda dos mesmos, leva a cenários preocupantes de estabilidade social e política das nações. É conhecido, com série longa de estatísticas, que o preço real dos alimentos tem caído sistematicamente, fragilizando a atividade produtiva. Enquanto países como Estados Unidos, União Europeia, Austrália e China mantém políticas de renda para o campo, com trilhão de dólares alocados anualmente, no Brasil há pífia destinação de aproximados 2 bilhões de dólares ao setor, paradoxo, ante a expectativa que vá atender a demanda global para manter as populações quietas em suas cidades.
Há pouco, foi especulado por mídias, que cerca de 30 milhões de pessoas venderam seus dados biométricos da íris. Tal coleta de dados se constituiria na base do futuro projeto de Renda Mínima Mundial a alcançar pessoas pobres. Para que? Ora, possivelmente para bancar a compra de comida, pela inevitabilidade daquilo que o Consenso de Washington definiu em 1989, em face da impossibilidade de todos terem acesso a padrões de consumo elevados.
Há ideograma chinês, que tanto significa risco como oportunidade e, nele, pode estar a chave para reorientação estratégica do Brasil em sua parcela na divisão global de espaços econômicos.
Infelizmente, em pleno Século XXI a continuada visão equivocada dos governos em relação à agropecuária nacional, ao manter enviesada postura política provoca, insegurança jurídica a quem produz alimentos.
A insegurança nas questões fundiárias, ambientais, regulatórias é a base do desconforto do setor produtivo, que não tem como trabalhar focado e em paz para atender ao que se espera dele. Até quando?