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O Desafio


Rutinaldo Miranda Batista Júnior
Você gosta de desafios? Eu tenho um especialmente para você. Antes porém tem de prometer uma coisa. Prometer de verdade. Não vale cruzar os dedos. Pensando bem, vou te pedir até desculpa. Pode parece que estou duvidando da sua honestidade. O pior é que estou mesmo. Mas relaxa. Não é nada pessoal. Afinal, eu nem te conheço. Você não me conhece. Enfim, somos dois meros desconhecidos. Unidos até que o final desse texto nos separe. Mas sabe como é. Promessa é dívida. E nunca é bom vacilar. Apesar de que, nem vou te pedir nada de tão espetacular assim. Você não vai depositar cinco mil na minha conta. Imagina que barbaridade, hein? Mas pensando um pouquinho, se quiser....
Voltando ao assunto. Quer dizer, voltando àquela promessa. Basta prometer que vai entrar de cabeça nesse desafio. Dar tudo de si. Tudo mesmo. Quer dizer, nem tudo! Algumas coisas a gente não dá. No máximo, empresta. Mas, please. Quero só que entre com todo o seu gás. Como um farofeiro diante de um prato de farofa. E então, está disposto? Sei que está. E quer saber? Vou te confessar um segredo. Boto a maior fé em você.
Sei que já deve estar ansioso pra saber qual é o desafio. Mas antes vou pedir um pouco da tua paciência. Agora eu quero falar da minha avó. A minha avó... Ah, a minha avó! Bem, você não vai acreditar! Ela tinha uma bursite terrível. Coisa de louco! Não deseje ter uma bursite nem de brincadeira. Dói pra caramba. A bursite é cruel. A bursite dói pra burro mesmo. E vovó não curtia muito bem esse lance. E aconteceu que... opa, peraí. Por que estou falando da minha avó mesmo??? Ah, foi porque quis falar, não foi? E acabei te deixando aí de molho. Nessa xaropada toda. Lendo uma lorota sem fim dessas. Ah, me perdoe. Me perdoe de coração. Enfim, vamos ao desafio.
Respire e conte até três. VOCÊ NÃO CONTOU! Pensa que me engana? Pois eu te conheço muito bem. Agora, please. Faça o favorzinho de contar. Um, dois,... eu já te falei do meu tio? Calma, foi só brincadeirinha! Vamos voltar à nossa contagem. Um... dois... dois e meio... dois e noventa e nove... (ai como eu sou irritante!)... dois e noventa e nove com nove e mais nove.... e TRÊS!!! Pronto, conseguimos! Agora uma salva de palmas pra nós dois. Clap, clap, clap, clap... Parabéns pra você. E parabéns pra mim. Opa, você não vai agradecer??? Não, não acredito! Não dê uma de mal-educado. Pois eu sou chique e vou agradecer. Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado...
Sinceramente, já posso falar. Você mandou bem. Muitíssimo bem. E estou orgulhoso. Dá aqui um abraço. Agora vai descansar. Quê!? Ainda pensando naquele desafio? Então, relaxa. Acabou de passar. O tal desafio, queridinho(a), era testar a sua paciência. E, se chegou até aqui, acredite de uma vez. Você passou com louvor.

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