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Não veta, Dilma!


Richard Jakubaszko
Caríssima Presidente Dilma, não veta nada do Código Florestal. Edite, depois, algumas medidas provisórias, para corrigir imperfeições.
Mande prender os madeireiros que desmatam. Mas não desestimule a produção de alimentos. Proíba a exportação de madeiras nobres, mas não veta. Será um não ao capitalismo ambientalista.
Já houve o estupro, presidente Dilma, nesse Código, com o confisco de 20% das terras, sem qualquer tipo de indenização, para deixar mais verde os campos do Brasil. Mas isso é utopia, presidente Dilma. Ilhas de vegetação não preservam a biodiversidade, nem garantem chuvas regulares e amenas.
Os bons produtores não reclamaram, pois são ambientalistas desde criancinha, só a bancada ruralista esperneou. E ela não representa os produtores, mas os interesses de gigantes do agronegócio e de especuladores, que são minoria barulhenta e têm muito poder.
A terra vai ficar mais cara, presidente Dilma, os custos de produção vão subir, e os pequenos e médios produtores vão migrar para as cidades, vão invadir as favelas urbanas, eles não possuem qualificação pra trabalhar nas cidades e nas indústrias. Só uma minoria deles se salva, o resto vai pras favelas.
Não limite a vida do produtor de alimentos, presidente Dilma, pois é complicado, é difícil e muito arriscado produzir alimentos. É mais arriscado do que fazer política, ou do que negociar com tóxicos...
Tem o mercado, que é perverso e traiçoeiro.
Tem os ambientalistas urbanos, raivosos, que cospem no prato que comem.
E agora tem essa lei restritiva e punitiva do Código Florestal.
Tem os fiscais, presidente Dilma, uns ideológicos e outros corruptos, e vai ser impossível fiscalizar e aplicar a lei nesse nosso imenso País.
Tem o clima, que é amigo ou inimigo do produtor, pois chove a mais ou de menos, sabe lá o que é isso presidente Dilma? É coisa de Deus! Não tem nada a ver com CO2...
Tem o próprio produtor como "inimigo", pois ele é omisso, é humilde e desinformado, não tem ideia da sua própria importância. Ele não faz preço do que vende, presidente Dilma, quem faz isso é o mercado. E esse mercado, depois, chama o produtor de ganancioso, de tubarão do agronegócio! Ora, ora...
Olha, presidente Dilma, se acontece uma ótima safra, os preços caem, e o produtor quebra, por excesso de oferta... O produtor rural é ambientalista, presidente Dilma, ele gosta de sequestar CO2, esse gás que os urbanos emitem o tempo todo com suas indústrias e automóveis.
Não veta nada, presidente Dilma!
Tem o perigo de faltar comida dentro em breve.
Comida não nasce atrás da gôndola de supermercado.
Se você vetar, presidente Dilma, os preços dos alimentos vão subir, não hoje, mas no ano que vem, pois as áreas de produção agrícola vão ficar restritas. Os ricos vão aumentar os preços, pois podem pagar, e o povão vai ficar sem comida, presidente Dilma.
Nas cidades ninguém tem ideia do que seja fazer agricultura. É vida dura, presidente Dilma, foi aí que surgiu o xingamento de "vá plantar batatas!". E se ninguém plantar, a inflação pode ter desculpas pra voltar. Toma cuidado, presidente Dilma!
Pensa bem, presidente Dilma. Não veta nada. Não tem cabimento preservar floresta e reduzir a produção de alimentos. Dentro de 20 anos nossos filhos e netos estarão amarrados e engessados por uma lei ambiental que preserva árvores e proíbe produzir alimentos. Fala com o Lula, pede ajuda pra ele, presidente Dilma, para tomar uma decisão serena e sábia. Olha pro futuro, presidente Dilma!
O Código Florestal, do jeito que está, já é muito duro com o produtor rural. O que a gente tem de fazer é incentivar esse povo das cidades a ser menos consumista, e ter menos filhos, presidente Dilma. De outro lado, essa discussão, esse debate ideológico pelo ambientalismo é uma agenda política, presidente Dilma! Não caia na conversinha ilusória dessa tchurma, eles também foram enganados por interesses inconfessáveis, econômicos e políticos, dos banqueiros e do capitalismo lá dos países desenvolvidos que querem travar o Brasil. A Camila Pitanga entrou nessa conversa de inocente que é. Ela foi iludida pela lenga-lenga catastrofista da mídia e da utopia da sustentabilidade.
Aproveite, presidente Dilma, mantenha a coerência e lógica mostradas até agora. Não veta, e ainda mostra pro mundo e ao pessoal da Rio+20 que o Brasil tem um compromisso com as gerações futuras, de desenvolvimento social e econômico, de inclusão social, e que somos adultos na legislação ambiental. Possuímos, do jeito que está o Código Florestal, a mais dura das legislações ambientais do planeta, e quem está pagando essa conta é o produtor rural. O que os ambientalistas ideológicos não percebem, presidente Dilma, é que estão dando um tiro no pé. Não se deixe enganar, presidente Dilma. Até o James Lovelock já admitiu que errou, que foi alarmista, que exageradamente escandaloso!
Não haverá vencedores, presidente Dilma. Apenas perdedores, seja qual for a sua decisão. A superpopulação planetária é a principal causa da poluição e dos desequilíbrios regionais dos micro-climas. Não haverá aquecimento. Isso é uma falácia. Não há mudanças climáticas catastróficas, eles estão iludidos, presidente Dilma.
Em verdade, ninguém está contente com o Código Florestal. No futuro breve, quando ficarem restritas as áreas para produção de alimentos, os que tiverem fome não terão a quem agradecer.
Quem precisa ter sustentabilidade, presidente Dilma, é o produtor rural. Sem ele, todos nós aqui nas grandes cidades, vamos para o vinagre. Pense bem, presidente Dilma, não veta! Prometo passar a chamá-la de Presidenta!

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