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Ministro Minc: saiba que o agricultor não é vigarista!


Richard Jakubaszko
Apesar de o Senhor ser um ambientalista, e de estar sob enorme pressão de seus companheiros para aprovar o Código Florestal, não é justificável o seu ataque para os produtores rurais brasileiros. O Senhor parece que cospe no prato em que está comendo, Senhor ministro. Para que fazer a apologia política e negativa contra o agronegócio? Por que essa raiva e esse ódio, Senhor ministro? A quem o Senhor presta serviços, ministro? Como, diante de seu discurso, avaliamos que o Senhor está mal informado, permita-nos dizer-lhe algumas palavras e dados.
Saiba que o IBGE aponta a existência de mais de 5,5 milhões de propriedades rurais no Brasil. Mas desconte desse número, ministro, os mais de 2,5 milhões (nosso cálculo, estimativo) de chácaras e sítios de fins-de-semana, que não são propriedades rurais, são casas de lazer para o fim-de-semana, mas nos cartórios aparecem como "propriedades rurais", e assim são classificados pelo IBGE.
Desconte ainda desse número, ou seja, dos 3,0 milhões de propriedades rurais, cerca de 500 usinas de cana-de-açúcar e álcool, e uns 500 produtores gigantes, pecuaristas e agricultores, não mais do que isso, em todo o Brasil, que possuem mais do que 50 mil hectares.
Sobram 2.999.000 propriedades rurais que são de agricultores e pecuaristas familiares, geridos pelo proprietário e suas famílias. De certo que muitos têm 500 hectares, outros possuem 100 hectares, ou até menos, e uma pequena parcela deles tem mais de 1.000 ou 2.000 hectares, especialmente no Brasil-Central, onde a terra era mais barata até alguns anos atrás, mas juntos produzem a comida que o Senhor e todos nós brasileiros comemos todo dia, ministro. E ainda exportam comida, ministro, gerando divisas e muitos empregos, ministro.
Daí que para o Senhor dizer para alguns possíveis eleitores que "o agronegócio, esses com mais de 200 mil ou 500 mil hectares, poluidores dos rios, que escravizam mão-de-obra, e ganham milhões em negócios, que não pagam suas dívidas...", é uma estultice completa. É uma falácia, ministro! Isso é incompatível com a sua posição, ministro.
O Senhor não apenas falta com a verdade, ministro, o Senhor distorce os fatos. O Senhor mente de forma inqualificável, o Senhor faz uma apologia de guerrilha, ministro, o Senhor infla e estimula a que pessoas pobres, pessoas de bem, se revoltem e invadam propriedades rurais. É isso o que deseja fazer, ministro?
O seu Código Florestal impede, sim, o plantio de uva no Vale dos Vinhedos e em toda a serra gaúcha, impede o plantio de maçã em SC e no RS, impede e proíbe o plantio da maioria dos cafezais no Espírito Santo, ministro. Porque é um código cheio de normas e regras feitas por ambientalistas que não conhecem agricultura, que fizeram os textos ao abrigo de salas confortáveis lá em Brasília, protegidos pelo ar condicionado.
A Embrapa Monitoramento por Satélite, ministro, já fez estudos e projeções tendo por base as normas impostas por esse código florestal, ministro, e calculou que reduz em mais de 50% a área agricultável do Brasil. Sabia disso, ministro? Leia o relatório, mande seus assessores lerem o relatório da Embrapa, ministro, assim o Senhor não fala mais bobagens. E nem chama agricultor de vigarista.
Ministro, por gentileza, peça o seu boné e retire-se de cena, o Senhor não sabe o que diz, falou muita bobagem em poucos minutos. O Senhor extravasou toda a sua raiva, a sua enorme incompetência, a sua necessidade midiática, como brasileiro e como ambientalista.

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