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Ministro da Agricultura antecipa medidas para a cafeicultura



Conselho Nac. do Café - CNC
BALANÇO SEMANAL — 18 a 22/11/2013
POLÍTICAS DE APOIO — Aguardamos até às 15h desta sexta-feira, 22 de novembro, pela aprovação de votos agrícolas por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN) para divulgarmos nosso boletim semanal. Entretanto, mesmo com os votos não sendo tornados públicos, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, convocou coletiva e adiantou as medidas de apoio que deverão ser anunciadas para a cafeicultura.
De acordo com o titular do Mapa, o CMN deverá aprovar, ainda hoje — a reunião não havia terminado até a coletiva e até a elaboração desse boletim —, voto agrícola que autoriza a suspensão do pagamento das dívidas dos produtores vencidas entre 1º de janeiro de 2013 e 28 de fevereiro de 2014.
Andrade afirmou que todas as dívidas de comercialização e custeio, do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e dos Recursos Obrigatórios (RO), terão prorrogação automática por cinco anos, em parcelas anuais, com o início do pagamento devendo ser realizado a partir de julho de 2015. Já as dívidas de investimento terão as parcelas que vencem este ano transferidas para pagamento a partir do fim do contrato atual.
Além disso, o ministro da Agricultura informou que o Governo Federal não financiará novos plantios de café (novas áreas) e que sugerirá aos produtores que substituam até 10% de seus cafezais por outras culturas, com o objetivo de evitar safras volumosas e a pressão nas cotações internas e externas do produto.
O Conselho Nacional do Café (CNC) informa que, por não ter acesso ao conteúdo dos votos a serem devidamente aprovados pelo Conselho Monetário Nacional, não possui condições de entrar em detalhes a respeito das medidas. Essa análise deverá ser apresentada pela entidade no próximo balanço semanal, a ser divulgado no dia 29 de novembro.
MERCADO — A cobertura de posições vendidas e a redução da projeção da safra brasileira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) sustentaram o mercado futuro do café arábica nesta semana. Na Bolsa de Nova York, o vencimento março de 2014 do contrato C subiu 230 pontos no acumulado de segunda a quinta-feira, quando foi cotado a US$ 1,114 por libra-peso.
Os preços futuros da variedade robusta apresentaram significativa recuperação, em função de especulações quanto ao impacto do excesso de chuvas nas lavouras cafeeiras do Vietnã. O vencimento janeiro de 2014 do Contrato 409 acumulou ganhos de US$ 88 na Bolsa de Londres até o fechamento de ontem, a US$ 1.599 por tonelada.
Diante da recente queda das cotações internacionais do robusta para o menor nível dos últimos três anos, o Ministério da Agricultura do Vietnã está negociando a concessão de empréstimo a juros subsidiados aos exportadores para formação de um estoque de 300 mil toneladas (5 milhões de sacas de 60 kg) de café, a partir de março de 2014. Existe preocupação por parte da Associação de Café e Cacau do Vietnã (Vicofa) quanto à redução do volume das safras futuras, pois o atual nível de preços pode desestimular a realização de tratos culturais pelos produtores e, até mesmo, a migração para outras atividades.
Por outro lado, uma pesquisa realizada pela Agência Bloomberg mostra que os cafeicultores vietnamitas têm interesse em manter os cuidados necessários em seus cafezais, com o objetivo de incrementar a produtividade para compensar a queda dos preços e aumentos dos custos. Os resultados também indicam que a redução das margens auferidas pelos produtores ainda não foi suficiente para provocar reduções nos volumes das futuras safras.
No mercado doméstico brasileiro, os preços do café apresentaram tímida reação, seguindo a tendência internacional. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon encerraram a quinta-feira a, respectivamente, R$ 254,10/sc e R$ 204,43/sc, acumulando alta de 2,2% e 4,3% na semana. A instituição também informou que, apesar da alta observada no mercado físico, as negociações seguiram em ritmo lento.
Segundo Informe Estatístico do Ministério da Agricultura, as exportações de café verde e industrializado somaram 3,428 milhões de sacas em outubro, volume 7,6% superior ao do mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, os embarques também cresceram 14% em volume frente ao intervalo de janeiro a outubro de 2012. Porém, os baixos preços praticados no mercado internacional impactaram negativamente as divisas geradas, que caíram de US$ 5,265 bilhões, em 2012, para US$ 4,445 bilhões neste ano (perda de US$ 820 milhões de dólares, a despeito do maior volume exportado).
A média das cotações do dólar de segunda à quinta-feira foi 2,12% inferior à do mesmo período da semana passada. Até a quarta-feira, os fechamentos diários do câmbio ficaram abaixo dos R$ 2,30, influenciados pelas intervenções do Banco Central do Brasil e do otimismo dos investidores quanto ao plano de reformas econômicas e sociais anunciadas pelo governo da China. Porém, a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Banco Central dos Estados Unidos, também na quarta-feira, voltou a levantar expectativas de redução do programa de estímulo monetário norte-americano, resultando, ontem, em alta de 1,64%, a R$ 2,3073.

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