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Mercado de café em dose única: um desafio para o Brasil


Opinião Livre
*Por Monica Leonardi
Podemos dizer que o mercado de cápsulas de café ainda é novo no Brasil, porém, já se tornou protagonista de uma nova era cafeeira. É possível observar este potencial crescimento baseados que nos últimos cinco anos, quando as vendas cresceram oito vezes, subindo de R$ 24,5 para R$ 206,4 milhões, segundo dados da consultora de pesquisa Euromonitor no Brasil,.

Mesmo sendo o segundo maior consumidor mundial, nosso crescimento de café em cápsulas se deve a mudança comportamental, novos hábitos e maior oportunidade de consumo, que fez com que o consumidor optasse não só pelo menor preço, mas por produtos de alta qualidade.
Não há dúvida que temos marcas nacionais de alta qualidade e estamos preocupados em expandir esse mercado ainda mais.
Durante anos, o mercado interno comercializava apenas café de menor qualidade, enquanto os especiais, como gourmet, eram enviados para fora, já que eram mais valorizados no exterior. muito bem pagos. Porém, diante da exigência brasileira, hoje é possível tomar um café como se toma na Europa e nos Estados Unidos, e o melhor, a partir de um produto 100% nacional.
Com tanta demanda, restaurantes, bares e hotéis também se adaptaram as mudanças e apostaram em máquinas de café expresso que trouxesse uma experiência nova da bebida na xícara. Até mesmo as padarias, deixaram o velho coador de café feito de pano e o substituíram pela praticidade em oferecer sabor e qualidade.

Por isso, ainda é preciso investir nesses estabelecimentos e fornecer máquinas de café expresso, que atendam o mercado de cápsulas e se adaptem aos produtos nacionais. Os torrefadores brasileiros têm grãos de alta qualidade que podem ser, facilmente, transformados em cápsulas e se tornarem líderes mundiais.
Com as multinacionais dominantes no setor, a importação do produto deixa a balança comercial do café torrado e moído negativa. Por isso, há a necessidade de se investir no país e valorizar o produto nacional e sua comercialização aqui mesmo.
O café em dose única cresce rapidamente e é uma das grandes tendências para o consumo de bebida. Os torrefadores nacionais já se sentem atraídos por este mercado, porém, o custo para transformar o grão em cápsula ainda gera um custo alto para eles e o retorno é em longo prazo, o que pode desestimular.
Por fim, para dar certo, o país ainda necessita de uma participação forte nesse segmento, mesmo diante da concorrência de empresas multinacionais. Além disso, é preciso uma maior valorização do produto nacional internamente, e passar a consumir o que é nosso. Dessa maneira, com incentivos que favoreçam o brasileiro a consumir o que nossas terras produzem, a economia se fortalece e se torna cada vez mais independente do mercado externo, além de gerar empregos e oportunidades de atuação.

* Monica Leonardi diretora da terceira maior empresa fabricante de máquinas de café expresso, a La Spaziale, além ser pioneira em produção de café 100 % brasileiro em cápsulas biodegradáveis.

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