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Jornalismo especializado reflete credibilidade


Opinião Livre
A comunicação no agronegócio tem crescido em várias direções e de diversas formas. Parte desta evolução se explica pela multiplicação do público que busca notícias sobre o setor rural, seja por interesses técnicos e científicos, políticos, econômicos e financeiros, comerciais, acadêmicos etc. Enfim, o que não falta é motivo para conhecer melhor o setor.

Este é um cenário que me agrada bastante, pois abre diversas oportunidades de trabalho e novas possibilidades para emplacar bons projetos de comunicação. Mas é bom ficar de olho, pois em porteira aberta, sem ninguém para apartar o rebanho, “fundo” e “cabeceira” atravessam como se fossem uma coisa só. Para o bem do jornalismo, tem gente atenta à qualidade da informação e ao trabalho da imprensa que cobre o agronegócio. A exemplo do engenheiro agrônomo e analista da MBAgro Alexandre Mendonça de Barros, que afirma estar vendo melhoria na qualidade da cobertura jornalística do setor.

Mendonça de Barros diz perceber uma frequência maior de jornalistas especializados. “A gente encontra mais vezes com as mesmas pessoas, principalmente no interior”, completa. Segundo ele, essa condição é importante para que o profissional passe a entender melhor as cadeias produtivas e conhecer os mercados. E, consequentemente, esta compreensão se traduz em credibilidade para o próprio jornalista e para o veículo que representa.

Por receber grande demanda da imprensa e de um grupo bastante heterogêneo de profissionais – desde os mais familiarizados com o agronegócio até os que não fazem ideia de como é um pé de soja –, Mendonça de Barros procura ser cauteloso ao atender os jornalistas. “A informação pode ter um impacto muito grande, tanto para o bem quanto para o mal”, diz o analista. Ainda mais quando se trata de números e cifras, dados sobre negócios e índices financeiros.

Como em qualquer segmento, na comunicação do agronegócio o profissional especializado tem um valor diferenciado. Embora nem sempre seja tratado desta maneira. E aqueles que estão chegando merecem a devida atenção, orientação e treinamento para que tenham condições de mostrar seu potencial (o que também não é uma constante). Os que não se adaptam ao meio rural, setor que tem lá suas particularidades, acaba naturalmente seguindo outros rumos, buscando sua realização em outros campos.

Se cobramos tanto o merecido prestígio para o agronegócio, a remuneração devida a cada elo das cadeias produtivas, o reconhecimento da importância do meio rural como fornecedor de alimentos, fibras e energia, por que não colocarmos a valorização do jornalismo especializado no mesmo patamar?
*Jornalista pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) com especialização em agronegócios. Iniciou sua carreira em 1995, na Texto Assessoria de Comunicações; foi sócio e editor da Verte Editora, empresa dedicada a publicações de pecuária; colaborou com algumas das principais revistas nacionais do setor; e chegou a escrever para a revista Eurocarni (Itália). Desenvolveu o projeto editorial e editou a Revista Terraviva. Já escreveu três livros no segmento de pecuária de corte. Durante toda sua carreira, também tem atuado como assessor de imprensa.
Artigo publicado no Agroblog, em 18/12/2012.

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