CI

Hora de encerrar a estação de monta


Gabriela Giacomini

Muitas propriedades encerraram sua estação de monta em fevereiro. Independente da duração da estação ou do manejo adotado, chegou a hora de fazer um balanço da estação passada.

Se o manejo escolhido foi o da inseminação artificial, é preciso avaliar o desempenho lote a lote. Quantas vacas do lote foram inseminadas? Qual a porcentagem de animais inseminados e de retorno ao cio (2ª e 3ª dose)? Se o resultado não foi satisfatório, é bom considerar o repasse com touro para garantir a prenhez das vacas que podem estar vazias e analisar as possíveis causas das falhas da inseminação para correção.

Fatores como qualidade da mão-de-obra (inseminador), estado nutricional das vacas, touro que pode ter "pulado" no lote durante a estação, podem causar impacto no resultado final da estação de inseminação. A grande verdade é que o desempenho da estação de monta deve ser acompanhado do seu início até o término, principalmente no caso da inseminação, para monitorar uma possível queda brusca no total de vacas inseminadas e conseqüente prejuízo na próxima safra de nascimentos.

Os touros, tanto os destinados ao repasse como aos lotes de monta natural devem ser escolhidos cuidadosamente e é imprescindível o uso de animais com avaliação genética positiva. Um meio de ter certeza da qualidade genética dos touros é utilizar reprodutores com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), certificado com aval do Ministério da Agricultura que garante que o touro esta entre os TOP 20% da sua safra.

Somente assim o criador poderá garantir que os bezerros frutos desse repasse terão qualidade superior, com melhoria da produtividade ao longo das gerações. É prejuízo certo utilizar bons touros na inseminação e fazer repasse com touros de qualidade duvidosa. A uniformidade da produção conta pontos da hora de vender a bezerrada.

As vacas que não deram cio durante a estação de monta devem ser analisadas com cuidado, para verificarmos se há algum problema de fertilidade. Fêmeas inférteis devem ser descartadas do rebanho.

Se o manejo adotado foi de monta natural, é hora de separar os touros das vacas e realizar uma inspeção detalhada nos animais. É importante verificar o estado corporal dos reprodutores, se estão machucados, magros ou se há algum animal velho que deve ser descartado. Quanto antes tomarmos a decisão de descarte de animais, antes iniciamos o processo de engorda e aproveitamos os pastos verdes para engordar esses animais.Também devemos separar os animais que precisam de cuidados veterinários ou atenção especial.

Os touros que permanecerão no rebanho devem ser colocados em piquete com pasto de boa qualidade, água e sal mineral à vontade, para que descansem e se recuperem para a próxima estação de monta.

O próximo passo para determinar o resultado da estação de monta é o diagnóstico de gestação, realizado de 30 a 50 dias após o término da estação. Com o diagnóstico de gestação em mãos, que pode ser realizado com o ultra-som ou palpação retal ("toque"), o pecuarista poderá avaliar definitivamente o resultado da estação de monta, o desempenho dos inseminadores, o desempenho dos touros, os níveis de fertilidade do rebanho e a eficiência reprodutiva da fazenda.

Com o resultado do diagnóstico de gestação em mãos, o pecuarista tem o volume esperado de bezerros e pode programar o manejo da fazenda, como pastos maternidade, programa sanitário, e projeção de vendas de bezerros ou garrotes para recria.

Após o toque, dentre as decisões que deverão ser tomadas, a mais importante é o descarte das fêmeas vazias. Animais inférteis são um peso morto no rebanho e uma boa fonte de renda na hora do abate.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.