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Hidrovia do Guaíba deve ser preservada


Opinião Livre
Com os problemas envolvendo a mineração de areia no rio Jacuí, tem sido abordada a alternativa de se autorizar essa atividade no Guaíba. O debate travado tem foco na questão ambiental, já que ficou evidente em ação judicial o inaceitável nível de degradação que a extração provoca. O Guaíba é uma hidrovia absolutamente fundamental para a cadeia logística do Estado. Por ele transitam mais de cinco milhões de toneladas/ano de cargas.
Neste primeiro trimestre, o porto de Porto Alegre movimentou quase 200 mil toneladas de produtos, especialmente para a indústria de fertilizantes. Nas hidrovias do Interior, são movimentados insumos para a produção do polo petroquímico gaúcho e parte da produção agrícola. Através do canal do rio Gravataí, são transportadas cargas em grande quantidade, com destaque para o gás, 70% do GLP, que todos utilizamos em nossos fogões. O polo naval de Charqueadas já é uma realidade com grande impacto na economia daquela região, e indústrias começam a se instalar no porto da Capital. Em 2011, a produção de areia no Rio Jacuí foi de 7,1 milhões de toneladas. A reserva desse mineral é de 227 milhões de toneladas naquela área. Anualmente, há uma reposição natural no leito do rio, acrescendo o volume de reservas estimado.
O Rio Grande do Sul movimenta cerca de 80% de sua produção agrícola e industrial pelo modal rodoviário, sendo consenso que isso precisa mudar, diminuindo custos logísticos e aumentando a competitividade da economia do Estado. Ocorre que a hidrovia é uma estrutura complexa, cuja existência depende de fatores hidrológicos que precisam ser preservados. O tipo de dragagem que a mineração de areia realiza modifica esses fatores, alterando o regime das águas, pois são produzidas grandes alterações no leito do rio. Potencialmente, essa é uma atividade que interfere na manutenção da hidrovia e, apesar de sabermos que a areia é um insumo indispensável, não podemos correr esse risco.
*Secretário de Infraestrutura e Logística do RS
 Artigo originalmente publicado no site do Governo do Rio Grande do Sul, no dia 10.06.2013

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