Um novo estudo da World Agricultural Economic and Environmental Services, encomendado pela American Soybean Association (ASA) e pela National Corn Growers Association (NCGA), alerta para um impacto alarmante caso se reacenda a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. No centro desse possível confronto, estão as tarifas que podem prejudicar gravemente as exportações agrícolas americanas e abrir espaço para que o Brasil e a Argentina se consolidem como grandes fornecedores para o mercado chinês.
O estudo aponta que, com a volta de tarifas elevadas, as exportações de soja dos EUA poderiam despencar até 51,8%, uma perda que representaria cerca de 16 milhões de toneladas anualmente. A situação para o milho é ainda mais crítica, com uma projeção de queda de 84,3% nas exportações. Essa retração abriria um grande espaço que os agricultores americanos teriam dificuldade em preencher em outros mercados.
De acordo com o Colunista do Portal Agrolink, Frederico Franco, enquanto os produtores americanos enfrentariam desafios para compensar essas perdas, o Brasil e a Argentina estariam prontos para ocupar esse espaço, solidificando ainda mais sua presença no mercado global de grãos. Com uma eventual consolidação das rotas de exportação sul-americanas para a China, os EUA poderiam ver essa participação de mercado ser irremediavelmente perdida.
Para o Brasil, o cenário representa uma possível vantagem estratégica, ao expandir sua influência no mercado de commodities e fortalecer o agronegócio em novas rotas globais.