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Grande produção em pequenos espaços



Amélio Dall’Agnol

O sucesso na produção de frutas, hortaliças e pequenos animais domésticos em ambientes reduzidos e controlados é uma realidade dos tempos modernos. É a maneira que a humanidade encontrou para garantir a sustentabilidade da oferta de alimentos, ao tempo que as áreas do Planeta aptas para a produção agrícola estão escasseando. O avanço das áreas urbanas, das áreas industriais e dos espaços ocupados por rodovias e ferrovias, assim como a necessidade de preservar espaços para o lazer e reservas ambientais para parques, áreas indígenas e quilombolas, restringem os espaços agrícolas.

Produção agrícola intensiva, aproveitando pequenos espaços próximos ou dentro de áreas urbanas está crescendo, porque isto favorece a produção de alimentos em espaços próximos dos consumidores, reduzindo, assim, os desperdícios que podem ocorrer em razão da distância que a produção tradicional precisa percorrer desde o centro da produção até o do consumo. Já comentei neste espaço o êxito da Holanda na produção agrícola que, embora pequena no tamanho, supera o gigantesco Brasil em valor das exportações de produtos agrícolas. Algo parecido está acontecendo também na China, o maior produtor global de alimentos, onde boa parte dos alimentos são produzidos em áreas pequenas, mas altamente produtivas e próximas dos centros de consumo.

Recentemente, tomei conhecimento que uma empresa japonesa de alta tecnologia (Mirai CO LTD) que produz 10.000 cabeças de alface/dia, em área de apenas 2.322 m². E tem mais, essa produção tem 80% menos desperdício e consume apenas 1% da água de irrigação usualmente utilizada nos processos tradicionais de produção. Tamanha produção realiza-se sobre canteiros suspensos, com estrutura semelhante a uma prateleira de cinco andares, onde é possível desenvolver qualquer planta, mas, desde uma perspectiva econômica, só faz sentido produzir vegetais de rápido crescimento - hortaliças e flores, por exemplo.

É a alta tecnologia tomando conta do campo e garantindo que não faltará alimento à humanidade, apesar da constante redução dos espaços produtivos e da migração campo-cidade dos produtores tradicionais, por falta de competitividade da sua produção, com a dos modernos agricultores. Essa dinâmica produtiva nos alerta sobre o que certamente virá pela frente e da necessidade de nos prepararmos para não sermos surpreendidos pelas mudanças.

Fazendas verticais surgem como alternativa de produção de alimentos em áreas urbanas com espaços reduzidos. Emitem menos gases de efeito estufa pela proximidade do produtor com o consumidor e têm menor desperdício.

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