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Florestas Tropicais – Uma Solução para a Agricultura dos EUA


Richard Jakubaszko
por Luiz Prado*
O título deste artigo pode ser encontrado numa campanha desencadeada pelo agronegócio norte americano para evitar a competição de produtos agrícolas importados de países como o Brasil. A página dessa turma na internet pode ser visitada em http://www.adpartners.org/ 
Lá, rasga-se a fantasia da grande fraternidade dos países ricos com os nobres objetivos da proteção das florestas tropicais como fator de redução das mudanças climáticas.
Na página de mais essa “máfia” que finge ter interesses legítimos na proteção das florestas tropicais há um relatório contundente onde se pode ler:
“A destruição das florestas tropicais para a produção agrícola, de gado e de madeira levou a uma dramática expansão da produção de commodities que competem diretamente com produtos dos EUA”.
"A proteção das florestas tropicais aumentará a renda dos produtores norte-americanos em US$ 221,3 bilhões. Neste relatório podem ser encontrar dados estado por estado, e por setores do agronegócio tais como carne, soja, óleos vegetais, madeira, e etanol.”
Esse relatório se encontra aqui clicando-se na imagem de sua capa.  O título é "Fazendas Aqui, Florestas Lá - Desmatamento nos Trópicos e Competitividade dos EUA na Agricultura e na Indústria Madeireira".
No vídeo, para o qual infelizmente não há subtítulos ainda que a página na internet mencione como parceiros vários atores de outros países, encontra-se uma farsa que se já se tornou usual: a responsabilização das queimadas em florestas tropicais para as mudanças climáticas utilizada como forma de ocultar as elevadíssimas emissões dos países altamente industrializados como os EUA.  Entre as fontes de emissão, a produção agrícola totalmente mecanizada e dependente de insumos derivados de petróleo, desde os combustíveis até os fertilizantes.
Mas o resumo do que é dito no vídeo que conduz a campanha é simples, demasiadamente simples: “As queimadas em florestas tropicais são responsáveis por mais emissões do que aquelas geradas pela totalidade dos carros, caminhões, aviões e navios”.  
Nada sobre outras fontes de emissão, como o carvão sujo que gera energia nos EUA e na Inglaterra!
E, mais adiante:
“Você sabia que salvando as florestas podemos economizar bilhões de dólares para os consumidores norte-americanos? Você sabia que salvando as florestas empregos nos EUA serão protegidos? Que salvando as florestas criam-se oportunidades de trabalho nos EUA?” As imagens de queimadas nas florestas são sucedidas de imagens de americanos felizes dirigindo os seus tratores! E continua a publicidade impostora: “não são necessárias novas tecnologias, não são necessários novos sistemas”.
E aí, imagens do Congresso norte-americano, como instância que pode proteger o agronegócio dos EUA. Esses são apenas alguns dos grupos de interesse que sempre impediram que os EUA subscrevessem ao Protocolo de Kyoto ou adotasse qualquer meta de redução da emissão de gases causadores de mudanças climáticas.  E que agora lutam para que não seja aprovada a lei sobre o assunto que se encontra parada no Senado norte-americano.
Entre os parceiros dessa iniciativa são listadas algumas ONGs dos EUA que atuam no Brasil. Agora é possível saber quem financia quem no jogo de lobbies em torno do Código Florestal brasileiro.
Ninguém de bom senso acredita que o inverso seria possível, isto é, que ONGs brasileiras ou financiadas por brasileiros possam fazer lobby junto a congressistas norte-americanos e dar palpites em questões de política interna sem terem as suas fontes de receita vasculhadas pelo FBI e pela CIA.
*Economista

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