O enxofre é um macronutriente secundário, dada sua menor importância relativamente ao nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), trio de macronutrientes indispensáveis na composição de qualquer fertilizante utilizado na adubação das grandes culturas, com exceção à soja, que não precisa de adubação com nitrogênio mineral, se bem inoculada com bactérias do gênero Rhizobium.
O enxofre pode ser considerado secundário entre os principais macronutrientes, mas é indispensável às plantas durante todas as fases do seu ciclo vegetativo. Desempenha papel fundamental em vários processos metabólicos e na produção de proteínas (é constituinte de 3 dos 21 aminoácidos essenciais que constituem as proteínas). Também está associado à fixação de nitrogênio e aos processos metabólicos da fotossíntese. É elemento catalisador das principais reações que envolvem o fósforo nas transformações bioquímicas na soja.
Por participar de uma série de reações e de um grande número de compostos, a carência de enxofre para as plantas provoca uma série de distúrbios metabólicos. No entanto, sua deficiência nas plantas é rara, porque os solos brasileiros - via de regra - são bem providos desse nutriente. Mas, devido à utilização intensiva das áreas agrícolas para a produção de alimentos, ele pode vir a faltar se a quantidade anualmente exportada pelas colheitas não for reposta.
As plantas se servem do enxofre através da matéria orgânica do solo, desde onde retiram a maior parte do total requerido, que poderá não ser suficiente para a obtenção de máximas produtividades, para o que pode ser necessário complementar com a aplicação de fertilizantes químicos, como, por exemplo, superfosfato simples e gesso. A maior reserva do nutriente está intimamente ligada à matéria orgânica do solo, como enxofre orgânico, que para ser aproveitado pelas plantas precisa ser mineralizado. Adições desse elemento vêm demonstrando incrementos em produtividade, principalmente em solos arenosos e pobres em matéria orgânica.
Do conjunto de fatores que compõem o custo de produção de uma safra de soja, os fertilizantes são os que pesam mais: aproximadamente 30% do custo total da lavoura, razão pela qual seu uso precisa ser criterioso para evitar desperdícios. Dada a maior concentração de enxofre nas sementes das leguminosas, relativamente às gramíneas, sua demanda pelas leguminosas é maior. Na média, a produção de um hectare de grãos de feijão e de soja, por exemplo, exporta 16.0 kg/ha e 8.3 kg/ha de enxofre, respectivamente, ante 2.6 kg/ha do milho, 3.0 kg/ha do arroz e 3.5 kg/ha do trigo.
Os sintomas de carência de enxofre nas plantas de soja se manifestam primeiro nas folhas mais novas, imprimindo às folhas uma tonalidade amarela, além das folhas ficarem pequenas.
A deficiência de enxofre compromete a síntese de proteínas, as quais requerem alguns aminoácidos cuja produção depende desse nutriente. Em solos argilosos, ricos em óxidos de ferro, boa parte do enxofre absorvível pelas plantas é fixada, reduzindo sua disponibilidade para as plantas.
A eventual carência de enxofre nos solos brasileiros deve-se a várias causas, dentre as quais pode-se salientar o aumento de lavouras que removem grandes quantidades do nutriente (feijão e soja, por exemplo); uso de fertilizantes com baixa concentração do nutriente e imobilização de enxofre pela matéria orgânica acumulada pelas práticas conservacionistas (plantio direto, entre outras).
Nutrientes indispensáveis, não importa a quantidade requerida, são igualmente importantes na definição da produtividade de uma lavoura.